Como contrapartida, o governo municipal exigiu o pagamento à vista recorde de R$ 40,88 milhões da Brasília Square Empreendimentos Imobiliários, responsável pelo empreendimento. É o maior valor já exigido de um empreendedor que aderiu à Operação Urbana Água Branca. Para se ter uma ideia, o Shopping Bourbon, inaugurado em 2009, pagou R$ 6 milhões de contrapartidas. O Palmeiras, para construir sua nova arena com capacidade para 45 mil pessoas, está pagando R$ 4,5 milhões.
O novo centro comercial vai ficar ao lado do Fórum da Barra Funda e da futura Fábrica dos Sonhos, onde vão ficar os galpões das escolas de samba. As torres vão ficar em parte do terreno onde ficava o Playcenter e que foi adquirido em 2012 pela incorporadora PDG Realty. O parque foi desativado em julho do ano passado.
Investidores do mercado imobiliário e técnicos do governo avaliam que o eixo Lapa-Barra Funda da Avenida Marquês de São Vicente vai abrigar, em poucos anos, um centro financeiro semelhante ao da Avenida Faria Lima, na zona sul. Outros prédios residenciais e de escritórios estão em construção na região.
A Prefeitura tenta na Câmara Municipal revisar a Lei da Operação Urbana Água Branca, de 1995, para criar novos estoques para empreendimentos imobiliários. Por outro lado, moradores reclamam que o governo não pode liberar novos prédios antes de gastar os R$ 340 milhões arrecadados pela operação e que seguem no caixa do governo.
Os moradores pedem a realização de obras antienchentes (nova canalização dos córregos Água Preta e Sumaré) orçadas em mais de R$ 80 milhões. A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras aguarda a licença ambiental para o início das obras.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 19 de julho de 2013