Na mais paulista das avenidas, a vida urbana cobra seu preço. Deixar o carro parado por uma hora em determinados locais sai por R$ 16. Nos últimos 12 meses, os preços de estacionamento subiram 15% em média no país.
A inflação dos serviços passou de 7% nos últimos 12 meses, calculados até dia 15 de junho. É a maior alta desde dezembro. A inflação geral, medida no mesmo período pelo IPCA-15, ficou em 5%, mostrando desaceleração.
Quando o produto nacional fica muito caro, o consumidor ou até o lojista pode dar preferência para os importados mais em conta. Com os serviços não é assim, eles não sofrem concorrência do produto que vem de fora.
Além disso, não é tão fácil substituir escolas e médicos, por exemplo. Esses são só alguns dos fatores que explicam o aumento dos preços.
Na praça de alimentação, mesmo com a variedade de oferta, o consumidor reclama dos preços. Cada restaurante é livre pra cobrar o que quer e o freguês que se cuide pra não se assustar com a conta.
A demanda aumentou, mas a oferta de serviços não acompanhou o ritmo. No salão de beleza, os preços subiram quase 8%. Contratar uma empregada doméstica também ficou mais caro.
Samy Dana, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas, lembra ainda que as medidas de estímulo ao consumo tiveram impacto nos preços dos serviços: "O limite de preço é maior porque não concorre com outros mercados. Então teoricamente há muito mais espaço para a inflação em serviços do que em produtos quando tem um impacto de aumento de renda ou de aumento de dinheiro, no caso brasileiro, principalmente, o crédito".
Também pesam muito no bolso do consumidor os preços por serviços como os manobristas e até mesmo em estacionamentos como de hospitais, onde normalmente se vai em uma situação de emergência e sequer temos como saber quanto tempo será preciso ficar lá.
Procurado, o Procon informou que só pode aplicar multa se for confirmado um abuso, como, por exemplo, o aumento excessivo do preço do estacionamento por conta de um show.
Fonte: Bom Dia Brasil (Rede Globo), 27 de junho de 2012
Nota do SINDEPARK:
Assim como nas grandes capitais do Brasil, a alta nos preços dos estacionamentos se deve, entre outros fatores, à supervalorização dos imóveis. A Avenida Paulista, por exemplo, tem um dos metros quadrados mais caros de São Paulo.