De acordo com Yaffien Neto, a maioria das colisões resulta em fraturas, contusões e machucados na pele. Os ossos mais lesionados são os dos membros inferiores: tíbia, fíbula e fêmur. Em seguida, vêm os ossos dos braços, por causa do reflexo que as vítimas têm ao tentar evitar uma queda ou uma colisão.
Lesões mais graves também são registradas, como traumatismo craniano, de coluna, de tórax ou de abdome. Cerca de 40% dos ciclistas acidentados ficam com alguma sequela, como mobilidade reduzida de uma mão ou de uma perna. "Lesões incapacitantes de imediato (como lesões na medula) são menos frequentes", disse Yaffien Neto.
Causas
Segundo o médico, o alto número de acidentes com bicicletas é resultado de uma junção de fatores. "O motorista não é culpado de tudo, como se costuma dizer. Muitos ciclistas são imprudentes e pedalam sem usar os equipamentos de proteção ou sinalização." Yaffien Neto disse que mais de 90% dos ciclistas atendidos estão sem capacete no momento do choque com outros veículos.
"Os equipamentos de segurança são mais usados por quem pedala como forma de recreação. São poucos os que usam a bicicleta como meio de transporte e estão de capacete, cotoveleira ou caneleira", disse o médico.
O diretor da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), Thiago Benicchio, discorda de Yaffien Neto e diz que o grande número de acidentes se deve a uma relação desproporcional de pesos e velocidades dos carros e à agressividade dos motoristas. "Essa relação só será menos desigual quando houver mais educação da população para aprender a dividir as ruas, mais infraestrutura, com ciclovias e ciclofaixas, e diminuição da velocidade máxima."
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), no ano passado, assim como em 2010, 49 ciclistas morreram em acidentes de trânsito na capital.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 29 de junho de 2012