Segundo dados do instituto, 90% da poluição do ar em São Paulo são gerados por carros, motos e caminhões. O transporte público corresponde a 55% dos deslocamentos na cidade, enquanto o transporte individual é responsável por 45%.
Foram analisadas duas greves com mais de 24 horas de duração, uma ocorrida em 2003 e outra em 2006. O estudo reuniu dados dos três dias antecedentes à greve e dos três dias posteriores. Em 2003, a concentração de poluentes no dia controle foi 41 microgramas por metro cúbico. No dia da greve, o índice aumentou para 101,49. As mortes adicionais associadas à poluição foram oito, o que representa um crescimento de 14%, de acordo com o estudo.
Já em 2006, o impacto foi menor. A concentração de poluição saltou de 43,99 microgramas por metro cúbico no dia controle para 78,02 no dia da greve. As mortes adicionais foram seis, o que corresponde a um aumento de quase 9%.
Simone Miraglia aponta algumas hipóteses para a redução da concentração de poluentes no segundo ano de análise. "Um dos fatores é o programa de controle das emissões veiculares, tendo em vista que você tem carros que poluem menos. O aumento da malha metroviária também deve ser considerado. Há também a possibilidade de que os parâmetros meteorológicos estivessem mais favoráveis no ano de 2006."
Para a pesquisadora, o estudo comprova a sustentabilidade do sistema metroviário de São Paulo. "Essas medidas de melhoria do meio ambiente em termos de poluição atmosférica representam um avanço na qualidade de vida da população. Cada real investido em transporte público de qualidade, você economiza em reais com a saúde pública. São investimentos de grande monta, mas deve-se lembrar dos benefícios que eles trazem."
Fonte: Agência Brasil, 1 de julho de 2012