"Os gastos dos consumidores, que têm sido focados nas áreas essenciais do consumo, devem continuar a se direcionar para as compras mais discricionárias (não obrigatórias) que são típicas dos países desenvolvidos", afirma o responsável pela área de pesquisa e estratégia do Credit Suisse, Andrew Campbell.
Segundo ele, nos países emergentes em geral, foram verificadas mais intenções de gastos com viagens, carros, imóveis, entre outros bens. Em alguns países, como o Brasil, a China e a Rússia, estão em um nível intermediário entre os países com perfil de consumo ainda mais focado em bens essenciais - como a Indonésia, Egito e a Índia - e os países onde há forte consumo de bens de luxo - como a Arábia Saudita.
A pesquisa mostra que há clara tendência de busca pelos itens de marca, em detrimento dos bens sem marca conhecida.
A confiança entre os consumidores dos países emergentes também está relativamente forte - dos 13 mil entrevistados, 4,8 mil afirmaram acreditar que suas finanças tendem a melhorar nos próximos seis meses. Os consumidores mais otimistas estão no Brasil e na China, enquanto os mais pessimistas estão no Egito e na Rússia.
As expectativas otimistas estão intimamente relacionadas com as projeções sobre a renda dos consumidores dos países emergentes. No agregado, 28% dos entrevistados disseram que sua renda nominal apresentou elevação nos últimos 12 meses, enquanto apenas 12% afirmaram queda da renda. Os países que se destacam em termos de evolução da renda são Indonésia e Brasil.
Para o estudo, o Credit Suisse contratou a companhia de pesquisa de mercados AC Nielsen. Foram feitas 120 perguntas sobre 11 assuntos diferentes, para cerca de 13 mil homens e mulheres de locais e níveis de renda diferentes.
Fonte: jornal Valor Online, 17 de janeiro de 2011