"O consórcio vai receber um Galeão com obras inacabadas no Terminal 1 e esteiras que ligam o Terminal 1 ao 2 paradas, mas com o tempo isso vai ficar bom. O maior problema é o acesso ao aeroporto", diz o professor Renaud Barbosa, da FGV.
Ele prevê que, para concluir as obras do Terminal 1, o novo consórcio deverá gastar logo no início R$ 200 milhões.
Mas, para ele, os acessos ao aeroporto são o grande gargalo, e por isso a expansão dessas vias deveria ter sido exigida aos novos operadores no edital de venda.
"A Linha Vermelha (via de acesso) não serve só ao aeroporto, ela serve aos bairros do subúrbio. O BRT (Bus Rapid Transit) que está sendo construído só liga o aeroporto à Barra e a alguns bairros do subúrbio, mas quem vai para o aeroporto vem mais do centro e da zona sul."
Para o coordenador do núcleo de infraestrutura e logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, o primeiro passo do consórcio vencedor será o de dar maior comodidade ao passageiro. "A situação lá é muito ruim", confirma.
Ele se diz "esperançoso" com a decisão do governo de tentar atrair empresas mais experientes para os leilões do Galeão e de Confins (MG), com a exigência mínima de operação maior do que nos leilões anteriores.
Resende considera que o maior desafio do consórcio vencedor será ter como parceiro a Infraero, "um elemento estranho à grande gestão mundial de aeroportos".
O segundo desafio será fazer pequenas melhorias, como um novo estacionamento, check-in mais rápido e outras medidas que aumentem a comodidade do passageiro.
"São investimentos para dar conforto ao passageiro, reduzir filas", diz.
Fonte: Folha de S. Paulo, 22 de novembro de 2013