Parking News

Espen Andreassen é o orgulhoso novo proprietário de um Nissan Leaf, assim como mais de 4 mil noruegueses que, neste ano, adquiriram um carro elétrico. O número corresponde a 9% de todos os automóveis novos comprados no país em 2013. "Os impostos na Noruega fazem os carros ficarem muito caros. Muitas vezes eles custam o dobro do que em outros países. Para os modelos elétricos, por outro lado, quase não há impostos. Se tivéssemos comprado um automóvel movido a diesel ou a gasolina, no fim teríamos pago quase o mesmo", calcula Andreassen.
Mas o valor de compra não é a única vantagem para Andreassen e outros donos de carros elétricos. Um fator que os torna muito populares é a possibilidade de trafegarem nas vias exclusivas para ônibus. Dessa maneira, evita-se o trânsito da hora do rush, chegando a cortar pela metade o tempo de viagem.
A revolução dos elétricos no país foi rápida, e o maior crescimento de vendas ocorreu nos últimos três anos. No entanto, essa evolução se deveu a anos de trabalho de lobby por parte dos proprietários e suas organizações.
"Demorou até que nos concedessem os benefícios", conta o presidente da Associação de Carros Elétricos da Noruega, Snorre Sletvold. "Começou com a isenção dos impostos de importação e da taxa de licença para veículos novos. Agora, podemos estacionar de graça e dirigir sem pagar pelas estradas com pedágio. Além disso, estamos isentos do Imposto sobre Valor Agregado e temos a permissão para usar as faixas para ônibus. Só que foram dez anos até conseguirmos esses benefícios todos."
EMISSÕES DE CO2 CONTROVERSAS
O avanço dos automóveis movidos a eletricidade no país também tem efeitos ambientais sensíveis. A atual média de emissões de dióxido de carbono (CO2) dos carros noruegueses é de 118 gramas por quilômetro, contra 125 gramas em 2012. Esses números estão abaixo do limite de 130 gramas por quilômetro, estipulado pela União Europeia até 2015.
Os críticos apontam, porém, que essa contribuição não passa de uma gota d?água no deserto, considerando-se a responsabilidade da Noruega na mudança climática global - o país é o oitavo exportador de petróleo do mundo e o terceiro de gás natural.
"Mesmo a Noruega sendo o país com maior quantidade de carros elétricos por habitante, isso não salva o planeta. O maior impacto ambiental norueguês vem da nossa enorme produção de petróleo e gás natural", lembra Lars Haltbrekken, presidente da seção norueguesa da organização ambiental Friends of the Earth. Ele acrescenta que as emissões dos campos de petróleo e gás recentemente descobertos no país equivalem às de 40 milhões de carros.
Outros críticos alegam que veículos elétricos não produzem necessariamente menos dióxido de carbono do que os modelos movidos a combustíveis fósseis modernos. Tanto a produção e eliminação das baterias, como o petróleo e gás utilizados para gerar a energia que abastece esses automóveis produzem muito mais CO2 do que se costuma pensar.
Por outro lado, embora a Noruega seja grande exportadora de combustíveis fósseis, a eletricidade no país é gerada quase exclusivamente em hidrelétricas, o que reduz significativamente as emissões de gases-estufa.
EXPECTATIVAS
Até o momento, a quantidade de carros elétricos no mundo é muito pequena. Mesmo que os demais países alcançassem a Noruega, grande parte da energia para abastecer os veículos ainda seria gerada a partir de combustíveis fósseis.
Para alguns, é como o impasse do ovo e da galinha: deve-se esperar para comprar um carro elétrico até que a maioria da energia seja renovável; ou optar por esses automóveis desde já, torcendo que isso ajude a acelerar a produção alternativa de eletricidade?
"Nós não podemos esperar que todas as fontes de energia sejam sustentáveis para produzir e comprar carros elétricos. O volume de energia renovável na União Europeia está crescendo, por isso vai ficar cada vez melhor. Precisamos, no mínimo, tentar e ver se funciona", encoraja o proprietário norueguês Andreassen.
Enquanto isso, a preferência pelos elétricos em seu país não para de crescer. Segundo uma pesquisa recente, mais da metade dos noruegueses admite a ideia de que seu próximo automóvel venha a ser um híbrido ou um elétrico.
Fonte: Folha de S. Paulo, 28 de novembro de 2013

Categoria: Geral


Outras matérias da edição

Variação de ritmo (28/11/2013)

O crescimento da indústria de shoppings nunca foi tão expressivo e rápido. De janeiro de 2007 a dezembro de 2012, foram inaugurados 94 empreendimentos em todo o país. O faturamento aumentou 106%, fech (...)

Como será a garagem do futuro? (25/11/2013)

Chegar ao prédio, pegar o elevador e caminhar até a porta de casa é algo comum na rotina de milhares de moradores. Mas, e se você fizesse tudo isso de carro? Essa realidade já é possível em alguns emp (...)


Seja um associado Sindepark