Entre janeiro e junho deste ano, 46.584 pessoas ficaram feridas em ocorrências nas rodovias federais, revela a ferramenta. O trecho mais crítico vai do km 200 ao 210 da BR-101, em Santa Catarina. Ali, a PRF anotou 718 acidentes, com 302 feridos e 4 mortes.
No caso do Estado de São Paulo, a Via Dutra, que passou para a administração da iniciativa privada em 1996, é a mais perigosa entre as federais. Em solo paulista, existem outras estradas da União, como a Fernão Dias e a Régis Bittencourt, que, na prática, é a continuação da BR-116, a mesma designação federal que recebe a Via Dutra.
No primeiro semestre, houve 435 acidentes e 5 mortes entre os km 220 e 230, em Guarulhos, na Grande São Paulo, o que coloca a Via Dutra na nona posição do ranking de trechos mais violentos das federais no País. Outros dois trechos no Estado estão entre os 50 mais perigosos do Brasil: o que vai do km 210 ao 220, também em Guarulhos, e o do km 140 ao 150, em São José dos Campos.
Esses são justamente dois dos três pontos da rodovia onde tradicionalmente costumam haver congestionamentos, por causa do excesso de veículos - o outro fica na chegada a São João do Meriti, na Região Metropolitana do Rio.
Lentidão. O anda e para frequente dos horários de pico ajuda a explicar boa parte dos acidentes da rodovia. Segundo a PRF, o tipo mais comum de ocorrências no trecho mais crítico, em Guarulhos, são as batidas traseiras. Elas respondem por quase metade dos acidentes naquela altura da estrada.
Pelos dados da PRF, a falta de atenção é a principal causa de acidentes. O chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Dirceu Rodrigues Alves Júnior, explica que celulares e aparelhos de GPS podem distrair o motorista em trechos congestionados. "A lentidão também pode levar ao estresse, que tira a vigília."
A concessionária CCR Nova Dutra atribui os acidentes ao excesso de veículos nos três trechos. Entre os km 220 e 230, por exemplo, são 239 mil veículos por dia, nos dois sentidos.
Régis. O trecho mais problemático da Régis Bittencourt em São Paulo fica perto da divisa com o Paraná, em Barra do Turvo, entre os km 560 e 570. De acordo com a PRF, foram registrados 219 acidentes, com 55 feridos e uma morte. No mesmo período do ano passado, houve 257 ocorrências no local, marcado por curvas sinuosas e aclives e declives, nos dois sentidos.
Segundo a concessionária Autopista Régis Bittencourt, os acidentes mais comuns nesse trecho são capotamentos, saídas da pista e colisões com objetos fixos, "com maior incidência de ocorrências em pistas molhadas".
Fonte: O Estado de S. Paulo, 28 de novembro de 2013