A penalidade por desrespeito à preferência dos pedestres chega a até R$ 191,53 - por exemplo, para quem não cede a prioridade na faixa num trecho sem semáforo. Já a multa por deixar de dar a seta é de R$ 127,69. Essa vigilância é efeito colateral da ação pró-pedestre, porque os veículos que não sinalizam a intenção de virar colocam em risco a travessia na transversal - além de aumentar a possibilidade de colisão traseira. Em pouco mais de um mês, os marronzinhos da CET aptos a fiscalizar a prioridade aos pedestres aplicaram 10.266 multas no centro e av. Paulista - 32% delas por falta da seta, índice que era de 24,5% na primeira semana. As outras infrações mais flagradas - 22% cada uma - foram por não dar a vez ao pedestre na conversão e por ignorá-lo na faixa sem semáforo.
As 3.289 multas por falta da seta em um mês, apenas na região central, foram mais que as 2.874 aplicadas na cidade toda por essa irregularidade no primeiro semestre. O aperto da fiscalização ocorre num cenário de desobediência majoritária. Houve, porém, melhoria após as multas no centro - de 10% para 25% no respeito à faixa em pontos aferidos pela CET.
Com três atropelamentos em quatro meses, a esquina das avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio teve a maior quantidade de pessoas atingidas por veículos em pontos críticos da região central no período da campanha pró-pedestre em São Paulo. No mesmo período de 2010, houve dois casos nesse cruzamento - que apresenta fluxo intenso na travessia.
O balanço geral a partir do começo do programa de proteção ao pedestre é positivo - queda de 61% nos atropelamentos na região central. Foram 17 casos entre 11 de maio e 10 de setembro deste ano, contra 44 no mesmo período do ano passado, de acordo com balanço da CET.
Peças teatrais
A CET fez parceria com um grupo (Trapa/Trânsito Pacífico) para representar peças teatrais durante dois meses, das 11h às 13h, nas faixas da Paulista e no entorno - quando os semáforos estiverem vermelhos para os carros.
Fonte: Folha de S. Paulo, 19 de setembro de 2011