A expectativa tanto de quem trabalha quanto de quem vive na região é grande. Que o shopping trará mais empregos, opções de compras e de lazer todos concordam. A única dúvida é se as obras realizadas como contrapartida do aumento de número de carros no entorno vão conseguir garantir que o trânsito continue organizado nas proximidades do local. Diariamente, o shopping, que tem 3,6 mil funcionários, deve receber uma média de 20 mil pessoas, de acordo com a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).
Autorização
A CET informou em nota que realizou um estudo de impacto viário para verificar a viabilidade de liberar para funcionamento todos os edifícios que fazem parte do complexo onde está o centro comercial de luxo e ele "poderia funcionar sem causar prejuízos ao trânsito local". O Grupo WTorre, responsável pela construção de todo o complexo onde está o JK Iguatemi, disse que já concluiu quase todas as contrapartidas exigidas pela Prefeitura. O complexo WTorre Plaza compreende, além do JK Iguatemi, quatro torres de escritório - uma das quais em funcionamento -, duas torres que serão entregues entre oito ou dez meses e uma outra (onde funcionava a Daslu) com previsão de ficar pronta em 2014. Segundo a empresa, o valor total do complexo é de R$ 442 milhões, sendo R$ 97 milhões desse total gastos para obras de melhorias de trânsito na região. Entre as medidas que já foram tomadas foram concluídos o alargamento de vias nos arredores, a instalação de painéis de sinalização e semáforos inteligentes, uma ciclovia de 4,8 km ao longo do Rio Pinheiros, uma quarta faixa na Marginal Pinheiros entre a Rua Quintana e a Ponte Ary Torres (500 metros de pista) e uma garagem para 20 ônibus fretados no subsolo do complexo. Ainda faltam o viaduto que liga a Juscelino Kubitscheck à pista central da Marginal Pinheiros e a passarela que liga o Parque do Povo à ciclovia. A previsão para a conclusão das obras é o fim do ano.
Movimentação de R$ 2 milhões por dia
Diário - Como a Alshop vê a situação do JK Iguatemi?
Luis Augusto Ildefonso da Silva - Nós estamos bastante preocupados. O shopping deveria ter aberto no dia 19 de abril. Vão fazer quase dois meses de atraso e prejuízos. Agora esperamos que ele possa ser liberado para funcionamento nos próximos dias.
- Quais foram as principais consequências desse atraso?
- Na verdade, houve um monte de consequências, tanto para os lojistas como para os vendedores. Muitos empregados foram prejudicados porque, quando se contrata alguém pela primeira vez, há o período de 90 dias de experiência. Como o shopping permaneceu quase 60 dias fechado, alguns donos de lojas não puderam mais arcar com os prejuízos e precisaram demitir parte de seus funcionários.
- Há estimativa do prejuízo?
- O nosso cálculo é de que 20 mil pessoas passem por dia no local. Deve haver uma movimentação de R$ 2 milhões por dia quando ele estiver em pleno funcionamento. Tivemos duas datas muito importantes, quando o comércio vende muito mais: o Dia das Mães e o Dia dos Namorados. O shopping teve de amargar as perdas por não estar aberto.
- A demora para a aprovação das obras foi excessiva?
- Sim, sem dúvida, porque um shopping oferece todos os tipos de serviços, movimenta a economia e gera empregos. A liberação só ocorreu agora porque houve muita pressão nossa e da opinião pública. Chegamos a fazer um protesto na Rua Funchal, na parte de trás do shopping, para chamar a atenção da CET.
- Mas as obras para melhoria do trânsito são necessárias para a redução do impacto do aumento do volume de veículos.
- Sim, as obras são necessárias e estão sendo feitas. Não questionamos isso. Agora, o movimento maior dos shoppings ocorre nos finais de semanas e fora do horário de pico durante os dias de semana. Então, não bate com os horários de maior movimento de trânsito. O governo, com essa burocracia antiquada, não tem ideia dos danos que foram causados.
Fonte: Diário de São Paulo, 15 de junho de 2012