Como parte do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes no Trânsito, o Ministério das Cidades, em parceria com o Denatran, criou dois aplicativos para celulares que ajudam o motorista a não transgredir as leis. Um deles, o Onde Tem Táxi Aqui, facilita a obediência à Lei Seca, indicando os pontos e telefones de contato dos taxistas mais próximos de onde se encontra a pessoa que ingeriu álcool.
O Mãos no Volante é outra ferramenta que bloqueia as chamadas para celular enquanto o usuário estiver dirigindo e envia uma mensagem para quem ligou: "Estou dirigindo. Ligo mais tarde". O aplicativo está disponível para aparelhos com o sistema Android e o Ministério procura parceria com outras plataformas. Desde fevereiro, quando passou a ser oferecido nas lojas virtuais, o programa acumula mais de 20 mil downloads. Motoristas de outros países estão usando o aplicativo. A meta do Ministério é chegar a pelo menos 85% dos telefones do tipo smartphone.
Conforme dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o motorista leva até quatro segundos para pegar o telefone e mais cinco para digitar um número. Se estiver trafegando a 50 quilômetros por hora, percorrerá 125 metros distraído. A falta de atenção perdura por mais algum tempo após o aparelho ser desligado, porque o motorista se mantém atento àquilo que foi discutido na conversa. Uma pesquisa da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, concluiu que motoristas distraídos pelo celular demoram mais até do que os alcoolizados para reagir diante de um imprevisto. O tempo de reação de quem envia torpedos é retardado em 35%, enquanto o atraso provocado pelo álcool é de 12%.
Dados do Departamento de Trânsito americano mostram que, nos Estados Unidos, 77% dos motoristas admitiram já ter usado o celular ao volante e, segundo estimativas do órgão, mais de 5,8 mil pessoas morreram e 500 mil ficaram feridas em acidentes provocados por distrações - destas, 12% estavam conversando pelo celular.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 16 de junho de 2012