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Por mais criticado que seja, o American way of life - o estilo de vida americano - encanta muitos admiradores de automóveis. Deixando de lado os baixos limites de velocidade e o excesso de câmbios automáticos, os Estados Unidos foram por décadas a Meca da indústria automobilística. Em um mercado tão diversificado e concorrido, ter carisma é uma necessidade, e ser a preferida por muitos consumidores, um trunfo valioso. E este era o caso da Chevrolet, que vendeu mais de 13 milhões do que talvez fosse seu principal produto: o Impala. A reportagem é do Best Cars Web Site.
A década de 50
Preocupada em manter o sucesso da linha Chevrolet fabricada entre 1955 a 1957, a General Motors apresentava em 1956, no Motorama Car Show, o primeiro estudo do Impala, novo topo-de-linha que viria suceder os já tradicionais Bel Air. Mas não seria nada fácil substituir um produto já consolidado e de elevado prestígio.
O lançamento oficial do Impala só ocorreria em 1957, já como modelo 1958. Tratava-se de uma versão especial do Bel Air. Era disponível nas versões conversível e hardtop (teto rígido, mas com jeito de conversível) e antecipava o estilo dos anos 60, sendo mais longo, mais baixo, mais largo e mais pesado que o Chevrolet de 1957. Para deslocar toda esta massa, estava disponível um motor maior, com 348 polegadas cúbicas, o Turbo-Thrust.
A fórmula do Impala era simples: estilo assinado pela dupla Harley Earl/Bill Mitchell, desempenho digno de um carro esportivo e comodidades não encontradas na concorrência, tudo pelo preço baixo tradicional dos Chevrolets. O Impala apresentava dois pares de faróis, grade e pára-choques envolventes, que lembravam os Cadillacs de anos anteriores. Tinha um teto mais curto que o do Bel Air, fazendo-o mais esportivo e esguio. As seis lanternas traseiras iniciavam uma tradição, que só seria quebrada pelo modelo 1959, e o diferenciavam das versões inferiores, que tinham apenas quatro.
O Impala não foi um sucesso imediato. A economia passava por uma recessão e os consumidores estavam cautelosos, priorizando a economia de combustível ao desempenho. Mas o carro trouxe boas expectativas, fazendo com que a Chevrolet recuperasse a liderança de vendas perdida para a Ford havia quase 25 anos.
O ano de 1959 traria um pouco mais de personalidade ao Impala: ele deixava de ser uma variação do Bel Air para se tornar um acabamento próprio. O estilo estava ainda mais rebuscado, com grandes entradas de ar acima da grade e dos faróis e uma linha de cintura que se dividia em duas partes. A inferior formava as lanternas traseiras, e a superior, um dos desenhos mais originais já vistos: a traseira "asa-de-gaivota", que alguns preferiam chamar de flat-top deck, convés de porta-aviões.
Os anos 60
Em 1960, o Impala já era o automóvel mais vendido nos EUA. Harley Earl havia transmitido o cargo de chefe de estilo a Bill Mitchell, que, como todos os desenhistas da época, estava deixando de lado os exagerados apêndices dos anos 50 para aderir a um estilo mais limpo, com menos cromados, ainda inspirado na era espacial. Era uma clara evolução sobre o modelo 1959, do qual herdava apenas o teto em todas as versões.
Boa parte dos americanos acompanhava a Nascar, com grandes carros competindo como gladiadores a velocidades médias bem acima de 200 km/h em enormes circuitos ovais. Uma ótima estratégia de marketing, logo utilizada pela Chevrolet: nascia o Impala SS (Super Sport), o primeiro da "dinastia SS", viva até os dias atuais.
Foram vendidos 7,8 milhões de unidades de 1960 a 1969. Apesar do sucesso, suas vendas caíam pouco a pouco, reflexo de um mercado que começava a se dividir em segmentos.
Os anos 70
O estilo do Impala pouco mudava para 1970, sendo basicamente uma reestilização do 1968. Em 1972, diante do principal concorrente, o Ford Galaxie, o Impala estava maior do que nunca, com 5,6 metros. Era a síntese do que os americanos procuravam na época: conforto, espaço, segurança e equipamentos como ar-condicionado com controle automático de temperatura, travas elétricas e toca-fitas de cartucho de oito pistas, antes só disponíveis para divisões mais "aristocráticas" da GM, como Cadillac e Buick.
Uma reformulação completa vinha em 1977, deixando os Impalas menores, mais altos e estreitos. A mudança parecia ter dado certo, pois as vendas alcançavam a marca dos 12 milhões de unidades. O Impala mudou para acompanhar a evolução dos tempos e, mesmo com a concorrência dos importados, vendeu mais 1 milhão de unidades entre 1977 e 1981.
Os admiradores não reconheciam mais o espírito do Impala de 1958 já há alguns anos, gerando declínio nas vendas. O modelo deixava o mercado em 1985. Em seu lugar continuava o Caprice, que manteria o estilo de 1977 com poucas mudanças até 1990.
A década de 90
John Albert, então chefe do departamento de estilo da Chevrolet, reparou que seu vizinho, para sua surpresa, havia customizado uma Caprice Wagon com enormes rodas e suspensão rebaixada. A pintura em preto deixava a enorme perua intimidadora. Albert gostou tanto do resultado que já tinha em mente o que preparar para o Sema Show (salão de preparação nos EUA) de 1992: a ressurreição do Impala.
O sucesso foi instantâneo. O público gostou tanto do estudo que, 14 meses depois, ele entrava em produção como modelo 1994. Mas já em 1996 o Caprice e o Impala saíam de linha, aposentando de vez os motores V8 e a tração traseira nos grandes Chevrolets e encerrando uma era de mais de 40 anos desde o Bel Air 1955.
Fonte: Best Cars Web Site, novembro de 2010

Categoria: Mundo do Automóvel


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