Salvador só vai e vem no fusca. Valor do carro, segundo ele, R$ 3 mil. E ele confirma: está tudo em ordem com o carro. Luz de freio está OK, mas meio fraca. Com as setas está tudo bem. Mas só com uma delas. O extintor, para susto do repórter, está vencido há cinco anos.
E lá vem Aldomaro e seus colegas no vermelhinho ano 1984. Carrinho de mão, escada. Na mala, ferramentas. O companheiro bem que merecia uma reforma. "Você está trabalhando, você não tem tempo de parar o carro. Quando tem tempo de arrumar o carro, você não tem dinheiro porque parou de trabalhar", conta Aldomaro.
Isaías, em mais um dia de trabalho, garante o transporte da equipe de pintores. Na mala das ferramentas tem até café. O carro dele não está tão mal. Seta, pneu, documento. Tudo OK. Já o extintor é melhor deixar para lá.
Com R$ 3 mil de investimento Alcides resolveu o problema de transporte da empresa informal de construção civil dele. Mas se olharmos o estepe podemos perceber que nem tudo está tão resolvido.
Portas sem forração, bancos rasgados, lataria amassada, enferrujada. A fechadura da mala se perdeu faz tempo.
Feiúra não é infração de trânsito, mas falta de manutenção é. Ubiratã Marques da Silva, capitão da PM, explica: "O indivíduo com o veículo carregado e caindo sobre a pista é uma infração. Muito mais perigoso se a lataria se soltar e vir a prejudicar outro veículo e causar um acidente".
Segundo o Departamento Nacional de Trânsito, tramita no Congresso um projeto de lei que exige inspeção anual dos veículos. Mas, por enquanto, não há previsão de votação.
Fonte: programa Bom Dia Brasil, 4 de novembro de 2010