Um flanelinha exibe orgulhoso uma máquina de Zona Azul Digital pendurada no peito, na altura do número 270 da rua da Glória, na Liberdade (região central da capital). Ele pede R$ 7 por hora de estacionamento rotativo, mais caro do que o limite de R$ 5 que pode ser cobrado, mas é a única alternativa sem filas no bairro.
Ele, que também é guardador de carros, se apresenta como João e tem em seu bolso chaves de veículos dos quais cobra R$ 100 mensais para olhá-los enquanto está na região, entre 8h e 19h30. Mas, nesta semana, passou a oferecer os serviços da máquina de Zona Azul Digital, que é fornecida por empresas credenciadas aos pontos de venda por meio de empréstimo gratuito.
"Paguei R$ 1.000 por essa máquina. Cobro Zona Azul Digital e também imprimo a folha", contou João, sorrindo ao ser questionado sobre a origem do aparelho.
A reportagem do Agora flagrou motoristas apelando ao serviço irregular do flanelinha. O principal argumento deles é de que não têm internet suficiente nos celulares para solicitar o cartão digital e a única opção com venda regular do serviço é enfrentando fila em uma lotérica. Estabelecimentos comerciais, incluindo uma banca de jornais ao lado de onde o flanelinha trabalha, nem sabiam que também poderiam oferecer a Zona Azul Digital. Os relatos são de que o flanelinha passou a ser ainda mais útil desde que não é mais permitido adquirir talões de papel.
CET diz que há cinco opções na região
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), sob gestão Fernando Haddad (Pl), disse que, na Liberdade, há outras quatro opções para aquisição da Zona Azul Digital, além da lotérica na rua da Glória. “Desde o início da operação da Zona Azul Digital com pontos de venda foram cadastrados e encontram-se em operação na área da Liberdade cinco locais para distribuição do cartão", informou. O órgão não explicou como o flanelinha teve acesso à máquina de Zona Azul Digital.
Fonte: Agora São Paulo - 08/12/2016