O preço cobrado por uma hora de estacionamento na rua foi R$ 5 - o valor sobe ao longo do dia, quando a região fica mais movimentada. Ao ser questionado sobre a nota fiscal, o flanelinha foi até um estacionamento, na mesma rua, e funcionários fizeram o recibo, por mais R$ 5. O valor descrito no papel poderia ser qualquer um, desde que seguisse os preços cobrados no local (R$ 15 a primeira hora e R$ 10 por hora adicional). O comércio usa duas vagas da rua para manobras, segundo um flanelinha, que afirma ser parente de funcionário.
Segurança
Para cativar os "clientes", flanelinhas oferecem segurança. "Pode deixar a chave ou até o carro aberto que ninguém leva nada. Conhecemos todo mundo", disse um deles. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diz que o quarteirão loteado pelos flanelinhas possui "muitos locais com guias rebaixadas, com poucas vagas úteis". A delegada Martha Rocha de Castro, do 1° DP (Sé), afirma que os flanelinhas podem ser enquadrados em três crimes: estelionato, pela nota irregular; extorsão, por obrigarem motoristas a pagar; e constrangimento ilegal, por bloquearem a via pública. Já o motorista, se usa a nota falsa para receber um reembolso, e o comércio podem ser enquadrados em estelionato. "Precisamos investigar se o estacionamento tem conhecimento do que acontece", diz. Na rua da Cantareira, em frente ao Mercadão, outro flanelinha "cuida" de cerca de 60 vagas, todas em área de Zona Azul. Cobra R$ 4 por folha - R$ 1 a mais que o preço oficial. Já na General Carneiro, o valor é R$ 5. Segundo a CET, os motoristas devem ligar para o 1188 para delatar a irregularidade.
Fonte: Agora São Paulo, 9 de junho de 2011