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A Chevrolet escolheu o Camaro conversível como atração do "esquenta" para a festa de seus 100 anos. O carro foi o pace car da memorável prova de 29 de maio das 500 Milhas de Indianápolis, nos Estados Unidos, e antes dela fez a alegria dos jornalistas que puderam pegar carona com o ex-piloto Emerson Fittipaldi a 225 km/h, com capota aberta e tudo ao vento. O redivivo muscle car é hoje a face brincalhona da principal marca do grupo General Motors. A convite da montadora, UOL Carros experimentou o Camaro Convertible em Indianápolis e seus arredores. Ficamos com uma unidade SS dotada de pacote de equipamentos superior, semelhante ao do Camaro SS cupê já vendido no Brasil - entre outras coisas, dotada de head-up display (HUD), sistema que projeta os dados da condução no parabrisas, na altura dos olhos do motorista.
Num carro com motorzão feroz, um V8 de 6,2 litros, o HUD deveria ser item de segurança obrigatório: só ele evitou que fôssemos parados pela polícia em estradas com severos limites de velocidade. A máxima mais elevada que encontramos, numa rodovia de pista dupla e asfalto de sonho, foi de 55 milhas - ou 88 km/hora.
Mesmo assim, foi possível se divertir bastante com o Camaro Convertible: o carro tem exatamente essa finalidade e, com a capota recolhida, o resultado é inequívoco. Pena que a operação de abrir ou fechar a peça, comandada por um botão elétrico na cabine, dure longos 20 segundos e tenha como condição o carro estar parado (conversíveis de outras marcas às vezes operam a até 40 km/h).
Longo, largo, retilíneo na linha de cintura e massudo, o Camaro de capota baixada fica parecendo uma piscina suspensa por quatro rodas de 20 polegadas. Com ela levantada, ganha agressividade - o exemplar que testamos ficou especialmente mal-encarado com as faixas decorativas em preto, mesma cor da capota. Outros elementos que parecem desenhados para meter medo são o capô alongado e com ressalto, os faróis redondos e quase escondidos, com olhar meio psycho, e a grade com o centro proeminente e a gravatona da Chevrolet acompanhando sua curva.
Curiosamente, a traseira do Camaro é mais amistosa, com suas quatro lanternas miúdas dispostas em dois pares e um jeitão sorridente, de personagem de animação.
Em movimento
Como no caso do cupê, é melhor pilotar o Camaro sozinho ou com um passageiro ao lado. O espaço no banco traseiro é bastante limitado, e no caso do conversível pode acabar sendo usado para compensar o porta-malas limitado. Quem vai à frente experimenta uma sensação ambivalente, que mistura o conforto de um carro de passeio com certa pegada de esportivo de pista. O volantão com raios em profundidade e os marcadores no console central preparam o motorista para a guerra e chamam a atenção - mas não desviam o olhar do excesso de plástico no habitáculo.
Exatamente como experimentamos, o Camaro SS Convertible custa aos ianques US$ 40.625, equivalente a cerca de R$ 70 mil. Com câmbio automático, o valor sobe US$ 1.185, indo a cerca de R$ 72 mil. Mas há versões mais baratas do esportivo: a LT custa pouco acima de R$ 51 mil, mas nela o motor é um V6 de 3,6 litros e potência máxima na casa dos 312 cavalos a 6.500 rpm (o V8 tem 426 cv a 5.900 rpm).
Vem ou não vem?
A GM não descarta trazer o Camaro Convertible ao Brasil. Se ele vier, certamente será no pacote top e com câmbio automático. Em nosso país, perderia dois equipamentos interessantíssimos, de série nos EUA: a navegação por demanda OnStar e o rádio-satélite Syrius. De acordo com Marcos Munhoz, vice-presidente da GM, a importação desse Camaro só valeria a pena se houvesse demando por 50 unidades mensais. Entre dezembro de 2010 e maio último, o Camaro "normal" emplacou 1.126 unidades no país. São quase 190/mês. E o preço? No Brasil, paga-se R$ 185 mil por um Camaro SS cupê que custa R$ 62 mil nos EUA. Mantendo a proporção, o conversível automático não custaria menos de R$ 215 mil.
Fonte: UOL Carros, 01 de junho de 2011

Categoria: Mundo do Automóvel


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