De acordo com o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Rafael Costa Lima, depois de um período de queda, a aceleração no preço do etanol está alinhada à sazonalidade desfavorável, quando o valor do combustível avança devido ao fim da colheita de cana-de-açúcar. ?Nas pesquisas de ponta (mais recentes) a taxa já está bem mais acentuada, indicando que pode acelerar ainda mais?, avaliou, em entrevista para comentar a inflação de 0,39% apurada na cidade de São Paulo na terceira quadrissemana de outubro, após elevação de 0,37% na segunda leitura.
O resultado do IPC ficou exatamente no piso das expectativas do mercado financeiro que participaram da pesquisa do AE Projeções, mas suavemente mais baixo que o previsto por Costa Lima (0,41%). O teto do levantamento mostrava alta de 0,45% no indicador, enquanto a mediana atingiu 0,44%.
Etanol x Gasolina
Mesmo com o avanço expressivo no valor do álcool combustível na terceira quadrissemana de outubro, em outra pesquisa semanal a Fipe constata que ainda está valendo a pena abastecer o carro com etanol na capital paulista. Na terceira semana do mês, a relação entre o preço do combustível derivado da cana e o da gasolina passou para 65,50%, depois de alcançar 65,29% nos sete dias imediatamente anteriores. O resultado da terceira semana de outubro é menor que o apurado em igual período do mesmo mês de 2012, de 66,58%.
?A relação entre os combustíveis está mais ou menos estável. Mesmo que o etanol suba um pouco mais, ainda pode permanecer vantajoso. É provável que continue assim?, avaliou.
Na avaliação de especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores a gasolina. Entre 70% e 70,50%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.
Fonte: Agência Estado, 25 de outubro de 2013