O diferencial em relação aos veículos convencionais é o acesso. Diferente dos carros com venda regular, que passam por uma adaptação para poder receber pessoas com deficiência, o Kenguru foi desenvolvido para acomodar um cadeirante na própria cadeira de rodas. Há apenas uma porta, traseira, que abre para cima, ao mesmo tempo em que surge uma pequena rampa para o embarque. Não há bancos, e o condutor fica na própria cadeira. A abertura da porta é automática, e pode ser feita com um controle.
Os comandos no interior são semelhantes aos de uma motocicleta, com acelerador e freios nas mãos e um guidão no lugar do volante. Um pequeno painel do lado direito indica velocidade, nível de bateria e luzes espia. A boa visibilidade é garantida pela grande área envidraçada.
Construído em fibra de vidro, o Kenguru foi desenvolvido para ser um modelo estritamente urbano. ?A ideia é permitir que pessoas com deficiência possam se locomover no cotidiano de forma mais prática e independente?, afirma Stacy. Com dois motores elétricos, o carrinho atinge velocidade máxima de 40 km/h e pode andar quase 100 km sem precisar ser recarregado.
As vendas ainda devem levar pelo menos um ano para começar, mesmo tempo em que as primeiras unidades estarão prontas. Por enquanto, o preço é de US$ 25 mil, o equivalente a R$ 60 mil. Porém, o valor pode ser reduzido, com incentivos fiscais oferecidos pelo país. Os interessados já podem reservar o Kenguru, mediante pagamento de US$ 100.
Pratyko, veículo para cadeirantes criado no Brasil
No Brasil, um grupo de amigos do interior de Santa Catarina também desenvolveu um carro semelhante ao Kenguru, que foi batizado de Pratyko. O objetivo era facilitar a locomoção do cadeirante Marcio Henrique David.
O primeiro protótipo ficou pronto em 2010, com uma porta única traseira, elevador para cadeira de rodas e motor de moto de 250 cm³. De lá pra cá, Márcio, e o amigo, Gilberto Mesquita, aprimoraram o Pratyko, conseguindo parcerias com governos e empresas de componentes, como a Weg, para o fornecimento de motores elétricos.
?Estamos na fase final de desenvolvimento, já rodamos 3.000 km com o motor elétrico, e a autonomia está entre 60 e 80 km. O desenho será muito diferente do protótipo, mas ainda não está fechado?, afirma Mesquita.
A ideia é iniciar a produção do Pratyko ainda em 2014, em Santa Catarina, com preço entre R$ 35.000 e R$ 40.000.
Fonte: G1, 18 de fevereiro de 2013