Os dez caminhões flagrados, por exemplo, descarregavam refrigerante, cerveja, alimentos não perecíveis e água, um deles a menos de 50 metros de um carro da Guarda Municipal, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. "Tenho que trabalhar. Com 40 entregas por dia, preciso arriscar", disse o motorista de um caminhão de água que descarregava às 9h45m na Avenida Prado Júnior (Copacabana).
De acordo com o decreto, caminhões, caminhonetes, vans e Kombis estão proibidos não só de parar, mas também de rodar pela área delimitada, sob pena de receber multa de R$ R$ 85,13. O infrator que pagar dentro do prazo ganha desconto de 20%. "A multa é barata. O patrão paga", disse um dos motoristas.
Mais de 15 mil veículos multados
A prefeitura diz que a fiscalização faz parte da rotina dos guardas municipais e da CET-Rio. Informa ainda que, só este ano, os guardas aplicaram 15.564 multas contra veículos de carga que circulavam em horário proibido. Já a fiscalização eletrônica usada pela CET-Rio multou, de maio a julho deste ano, 14.183 caminhões trafegando de forma irregular. Quanto ao flagrante de operação irregular de carga e descarga próximo a um carro da Guarda Municipal, o governo diz que vai apurar a denúncia, para verificar se houve negligência dos agentes.
Presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Estado do Rio, Nélio Botelho acha que o problema não tem solução: "As empresas são praticamente obrigadas a forçar a barra para descarregar. Caso contrário, o prejuízo é grande e acaba sendo repassado para o valor do transporte. Prejuízo que é muito maior do que o valor da multa. Além disso, um dos maiores problemas dos caminhoneiros é que, nos horários permitidos, as áreas reservadas para a descarga muitas vezes estão ocupadas por automóveis."
Fonte: O Globo (RJ), 6 de agosto de 2014