Os índices, segundo Gnecco Filho, mostram que, com a frota de carros correndo a uma velocidade menor, o número de acidentes cai e a fatalidade das colisões também. Por isso, os motoqueiros estão correndo menos.
Por outro lado, essa política não combate outra das principais causas desse tipo de acidente, a imprudência dos motoqueiros. Por isso, o segundo motivo apontado pela Prefeitura para a redução das mortes é o aumento da fiscalização. Gnecco Filho não trata como coincidência o fato de as mortes terem diminuído depois de a CET passar a usar radares específicos para flagrar motos correndo demais, os chamados radares-pistola.
Prejuízos
Para o consultor de engenharia de tráfego Horácio Augusto Figueira, casos em que o motociclista sofre acidente e sobrevive são os que devem ter atenção maior agora, com a redução do número de mortes. "A redução dos limites de velocidade como uma das explicações para a queda de mortes faz todo o sentido. Com menos velocidade, a energia do impacto é reduzida e há mais chances de sobrevivência."
Por isso, diz ele, para saber se os acidentes estão caindo de maneira geral ou se a redução é apenas nas mortes - com aumento de casos de pessoas que ficam internados ou com sequelas -, é preciso novos estudos. "De qualquer forma, a fiscalização precisa ser maior. Ela precisa ser 24 horas, na cidade toda. Hoje, não é", afirma o consultor.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 13 de dezembro de 2012