A implantação da Zona Azul em um dos bolsões de estacionamento do Parque do Ibirapuera é um exemplo de ordenamento democrático do espaço de uso comum e, muito embora observemos um pequeno e ruidoso grupo de descontentes apregoar um suposto cerceamento de direito de uso do bem público, acredito que o projeto é uma iniciativa garantidora desse uso, à medida que permite a utilização das vagas por um maior número de usuários, entre os horários das 10h às 20h.
Um bom e consolidado exemplo do sucesso do uso da Zona Azul é o Mercado Municipal, onde cada vaga é utilizada por uma média diária de 10 carros. Ora, tão ou mais importante que a experiência do Mercadão, e enquanto não temos a solução definitiva de um estacionamento subterrâneo no Ibirapuera, não vejo no curto prazo outra opção para as vagas do parque, que recebe 150 mil visitantes nos domingos.
Além da importância da rotatividade, a Zona Azul resolveu o problema dos flanelinhas na área interna do parque e, por isso, mesmo com a intensificação da fiscalização a esse tipo de extorsão na área externa, defendo a implantação do projeto em outros bolsões e também nas ruas do entorno.
Creio que quem paga R$ 1,80 pelo período de 2 horas (renovável) terá mais um argumento para não pagar os até R$ 15 exigidos pelos bandidos de plantão. A Zona Azul é uma solução para um problema que a população reclama há anos, e teve sua implantação aprovada pelo Conselho Gestor do Parque, órgão que tem entre os seus membros representantes eleitos pelos usuários.
A polêmica sobre o assunto parte de pessoas que ou estão desinformadas da rotina do Ibirapuera ou têm na discussão outros interesses menores.
Fonte: Jornal da Tarde (São Paulo),16 de abril de 2007