Parking News

Lorelay Mendes escreveu para o site Maplink reportagem especial sobre as conseqüências do trânsito caótico nas grandes cidades. Segundo ela, de acordo com uma pesquisa feita pelo Ibope no começo de 2008, a maioria dos paulistanos gasta entre 30 minutos e 3 horas nos trajetos para escola, universidade ou trabalho. Mas, além de retardar o crescimento econômico do País, os grandes congestionamentos são prejudiciais para a saúde da população.
As horas perdidas no trânsito reduzem a realização de atividades físicas e participação em momentos de lazer e descanso dos habitantes. As principais queixas apontadas pelos motoristas são o aumento do estresse, hipertensão, dores lombares, no pescoço, ombros, cabeça e pés.
"A postura sentada por um longo tempo gera um desequilíbrio muscular e isso pode ocasionar uma série de lesões. A pessoa pode sofrer uma hérnia de disco ou até mesmo uma contratura muscular na região lombar. Quem, além de pegar congestionamento diariamente, ainda precisa trabalhar sentado em frente ao computador, corre sérios riscos de sofrer esses danos", explicou ao Maplink o fisioterapeuta Bernardo Pinheiro, que em sua clínica atende várias pessoas com problemas agravados ou acarretados pelo trânsito.
Segundo o quiropraxista Miguel Mastropaulo, os nervos podem ser comprimidos pelas outras estruturas do corpo, causando adormecimentos nos braços e pernas. "A posição sentada, com poucos movimentos, gera, em longo prazo, degeneração da coluna. Nas vértebras inicia-se um processo chamado espôndilo-artrose, os famosos bicos de papagaio, e em alguns casos até mesmo a calcificação dos ligamentos que revestem a coluna. Tudo isso ocorre como forma de proteção, pois o corpo compreende que como existe uma sobrecarga sobre a coluna, é necessário fortalecer aquele ponto, inclusive, tencionando os músculos", explicou o médico.
Entretanto, os danos com o tempo gasto no trânsito não são só físicos, mas também psicológicos. A estudante Marília Polak, de 19 anos, que cursa Administração na FAAP e trabalha e mora nas proximidades da Avenida Paulista, gasta em média duas horas por dia nos trajetos entre faculdade, casa e trabalho.
"Fico muito estressada e impaciente quando perco horas no trânsito. Na chegada ao trabalho preciso de ao menos 30 minutos para me recompor e conseguir exercer minhas atividades com calma e concentração. Em casa, à noite, o cansaço e as dores no corpo só me fazem querer tomar um remédio e descansar", reclamou a estudante.
De acordo com a psicanalista Priscila Gaspar, há pessoas que ficam entediadas e melancólicas, com vontade de chorar no trânsito; outras têm sensação de confinamento e agitam-se fisicamente; muitas sentem raiva, o que pode levar a agredir outros motoristas, pedestres e desrespeitar regras de trânsito, como que para compensar sua perda de tempo.
O nervosismo é um sintoma prejudicial não somente ao indivíduo, mas também ao coletivo. Muitos acidentes e brigas no trânsito são causados pela irritação devido às horas dentro do carro. "A percepção é comprometida e ocorre perda da visão periférica. Os canais emocionais passam por alteração e o motorista tem uma agitação fora do normal, fazendo com que tome atitudes impensadas, como, por exemplo, aumentar a velocidade, não perceber um pedestre que atravessa ou um carro que trafega na mesma direção", explicou a psicóloga Márcia Dolores.
Enquanto medidas de redução dos congestionamentos não são efetivadas é necessário que certas atitudes preventivas sejam tomadas para amenizar o impacto sofrido na saúde daqueles que passam muito tempo no trânsito.
Seguem abaixo algumas dicas dadas pelos especialistas entrevistados pelo Maplink:
- Ouvir música ou rádio que agrade para que possa mudar o foco de atenção. Ter sempre em mãos um CD com suas músicas preferidas;
- Aproveitar o tempo parado para pensar nos planos para sua chegada em casa, planos com a família e para o fim de semana. Pensar em coisas que dão prazer;
- A irritação é maior quando a pessoa tem fome ou sede. Barras de cereal, sucos, frutas e água são aconselhados;
- Manter o banco em uma posição em torno dos 100 graus, a parte baixa da coluna deve estar totalmente encostada no banco e a cabeça não pode estar à frente do tronco;
- Alongar-se segurando com uma mão embaixo de um banco e com a outra, segurar a cabeça e puxar suavemente para o lado oposto ao que se segura embaixo do banco. Dessa maneira, a tensão sobre o pescoço e possíveis dores de cabeça são aliviadas;
- Aproveitar o tempo livre, se possível, para realizar atividades físicas regulares, como natação, yoga, caminhadas etc.;
- E, por fim, tomar consciência de que a raiva dirigida aos outros não tem fundamento, já que os outros motoristas são também vítimas do trânsito caótico e não seus oponentes!
Fonte: site Maplink, 24 de abril de 2008

Categoria: Geral


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