Parking News

Em 1965, a cidade de São Paulo tinha apenas 350 mil veículos, aproximadamente 6% da frota atual. Conseqüentemente, o trânsito era bem melhor, certo? Em termos. Às vésperas do Natal, era muito pior. Como não havia shopping centers, todo mundo corria para o centro da cidade para fazer as compras. Ali se concentravam as principais lojas. Claro que também não havia metrô. Estacionamentos eram raros. Então, os carros disputavam as estreitas passagens com caminhões de entregas, ônibus e bondes. Todos embolados em nós que pareciam indissolúveis.
Nos dias que antecediam a chegada de Papai Noel os acidentes aumentavam tanto que os motoristas de táxi batizaram dezembro como "mês do funileiro". Os congestionamentos mereciam a atenção dos jornais: "No centro prevalece a balbúrdia" - informava o Estadão em novembro de 1965. Em um editorial de 1961, o título era "Calamidade Pública". Se as coisas iam mal, quando chovia... "A Capital Bandeirante entra em colapso."
As queixas beiravam o drama: "Os paulistanos ficam imobilizados. Ninguém pode cumprir obrigações que dependam de transporte, a menos que elas sejam de tal vulto que compensem o sacrifício até de uma pneumonia". Sim, porque às vezes a única saída era caminhar. Na velha Avenida Celso Garcia, por exemplo, no Brás, último bairro antes do centro, tudo ficava trancado. E não era para menos. Ônibus, bondes e carros circulavam à vontade nas quatro pistas, em dois sentidos. Os ônibus ficavam imóveis, com os motores desligados e... vazios. Os passageiros preferiam descer e seguir a pé até a Praça da Sé ou a Clóvis Beviláqua.
Eram cenas mais ou menos parecidas com aquelas que acontecem hoje quando um caminhão entala numa das pontes das avenidas marginais.
Fonte: O Estado de São Paulo (SP), dezembro de 2005

Categoria: Fique por Dentro


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