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Dono de ideias ousadas para melhorar a cidade de São Paulo, Philip Yang, fundador do Instituto de Urbanismo e de Estudos para a Metrópole (Urbem), defende a redução de veículos e a proibição de estacionamento nas ruas para modificar os padrões atuais de mobilidade urbana e desafogar o trânsito caótico. Dia 19, as ideias de Yang foram ouvidas pelo Núcleo de Estudos Urbanos (NEU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Durante sua apresentação, ele defendeu a redução do tráfego de veículos, melhoria da infraestrutura urbana, supressão total das vagas de estacionamento das ruas (Zona Azul) e sua substituição por edifícios-garagem. O espaço seria destinado à construção de calçadas largas, espaços públicos de convivência e circulação de pedestres. ?São Paulo tem cerca de 40 mil vagas de Zona Azul. Se eliminássemos todas, teríamos que construir 100 estacionamentos verticais com 400 vagas. Além disso, poderíamos explorar as áreas térreas desses prédios e alguns andares seriam ocupados com empreendimentos. Essa medida aliviaria o fluxo da Capital em até cinco anos?, explicou.
Outra alternativa citada por Yang seria a eliminação de vias, a exemplo do que foi feito no trecho da Broadway, em Nova Iorque (EUA), em 2009, que aliviou o fluxo de trânsito em toda a região. O economista e coordenador do NEU, Josef Barat, acolheu as considerações de Yang e citou a cidade de Marselha, na França, como exemplo de revitalização urbana bem sucedida. ?São Paulo tem o mesmo potencial que Marselha para se tornar mais bonita e agradável para, finalmente, ser ocupada pela população?, observou. Para Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie e membro do NEU, São Paulo está atrasada de uma maneira suicida e precisa tirar seus projetos do papel. ?Não temos um futuro planejado, simplesmente porque São Paulo quase não produz bons projetos. E, quando faz, engaveta?.
Antonio Carlos Pela, vice-presidente da ACSP e coordenador-geral do Conselho de Política Urbana, acredita que a proposta das garagens verticais deve ser estudada sob a ótica dos comerciantes, que poderiam sair perdendo com a adoção da medida. ?O constante descarte de projetos para a cidade de São Paulo é inaceitável porque nada se consolida. Quanto aos estacionamentos verticais, é fundamental consultar como isso afetaria a vida do comerciante, diferente do que foi feito com as faixas exclusivas para ônibus?, afirmou Pela.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 20 de março de 2014

Categoria: Mercado


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