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Uma das cinco capitais brasileiras com mais de 1 milhão de veículos circulando nas ruas (as outras são Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Curitiba), Belo Horizonte entrou de vez no clube das cidades que enfrentam trânsito caótico em horários de pico e estrangulamento viário nas principais avenidas e ruas, informa Rayder Bragon, de Belo Horizonte, para o Especial de Trânsito do UOL Notícias. A perda de tempo, a falta de lugar para estacionar e a irritação que os congestionamentos causam começam a levar a população a ampliar a busca por transporte coletivo.
Desde maio, o metrô de Belo Horizonte registrou recorde de embarques de passageiros por três vezes - a última delas no dia 6 de junho, quando 160 mil usuários foram transportados. O crescimento da média diária de usuários do metrô nos primeiros cinco meses deste ano foi de 6%, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
Um dos fatores apontados pelo coordenador de operação do metrô de Belo Horizonte, Luis Prosdocimi, para o aumento de pessoas transportadas foi a migração de passageiros que utilizavam o transporte feito por ônibus e carros para o metrô. Outra causa da elevação do número de passageiros se deveu, em parte, à inauguração da integração ônibus/metrô na estação Vilarinho, na região norte da capital mineira.
Até o final de 2008, a expectativa de embarque de passageiros no metrô é de 170 mil a 180 mil passageiros por dia, em razão do acréscimo de novas linhas de integração entre ônibus e metrô que está em estudo.
Crescimento da frota
Em dez anos, a frota de veículos de Belo Horizonte cresceu mais de 67%. Passou de 623 mil veículos em 1998 para o atual 1,045 milhão. A cidade tem uma das maiores proporções de veículo por habitante do País: 1 para cada grupo de 2,4 moradores (em São Paulo, estima-se um veículo por 1,78 habitante; Brasília tem 1 por 2,4 habitantes e o Rio de Janeiro, 1 por 2,9 habitantes).
O ritmo robusto de crescimento da frota revela uma média de 12 mil carros emplacados por mês na cidade, uma média de 400 carros por dia, segundo o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG).
Esse crescimento exponencial acendeu o pisca-alerta do painel de controle das autoridades responsáveis pelo gerenciamento do trânsito da capital, e termos como rodízio de placas e pedágios para franquear acesso a áreas delimitadas de Belo Horizonte já espreitam o motorista belo-horizontino.
Para Marcelo Cintra, coordenador de mobilidade urbana da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), órgão responsável pelo gerenciamento fiscalização do trânsito da capital, as altas taxas de aumento do número de veículos se explicam pelo fato de que as pessoas preferem a locomoção de carro a se deslocarem pelo transporte coletivo urbano, aliada ao crescimento econômico do País.
Cintra revela que a BHTrans elaborou um plano denominado "Mobilidade Urbana", que pretende mudar a concepção das pessoas em relação à utilização do automóvel e que deverá ser totalmente implantado até 2020.
De acordo com Cintra, o plano da BHTrans é conscientizar os motoristas de carros a pensar no dano que a utilização solitária do automóvel provoca na qualidade de vida dos outros moradores. Dentro das premissas do "Plano de Mobilidade Urbana", a melhoria do transporte público urbano é uma das metas a ser perseguidas, de acordo com Cintra.
As bicicletas, apesar de representar 1% da locomoção diária dos belo-horizontinos, estão dentro de uma proposta na qual terão vias exclusivas, com ciclovias mais extensas ligando as regiões mais distantes da cidade e bicicletários para que os usuários deixem-nas estacionadas. Segundo Cintra, a locomoção a pé também vem sendo impulsionada por meio de intervenções e obras já finalizadas de melhoria e na ampliação das calçadas e na revitalização de áreas centrais feitas recentemente pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Os temas mais espinhosos, como a cobrança de pedágio para circular em certas áreas de Belo Horizonte, são encarados com um tom mais conciliatório pelo coordenador. Para ele, apesar de serem medidas que cada vez mais se avizinham da realidade do motorista da capital, as leis só teriam validade com o reconhecimento da sociedade.
Cintra citou como exemplo a ser seguido a cidade de Bogotá, capital da Colômbia, onde, segundo ele, com medidas eficazes como o investimento em transporte público de qualidade, rodízio de 4 placas, implantação de 300 km de ciclovias, além da vedação de estacionamentos de carros nas calçadas, o governo local conseguiu melhorar sensivelmente a fluidez do trânsito.
Fonte: UOL Notícias - Especial de Trânsito, 13 de junho de 2008

Categoria: Geral


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