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Em reportagem exibida na quinta-feira (8) no Jornal Nacional sobre a tentativa de diminuir os congestionamentos de trânsito na maior cidade do Brasil, o urbanista Cândido Malta disse que a prefeitura estava empurrando o problema para frente, ao restringir os horários de tráfego de caminhões, porque as ruas de São Paulo recebem 800 veículos novos por dia. "Está havendo uma preferência pelo automóvel. As soluções que têm sido empregadas são paliativos que adiam o problema", destacou.
Mas qual seria, então, a solução do urbanista para esse problema? E quais seriam as alternativas?
Professor que estuda o problema há muitos anos, Cândido Malta propõe uma alternativa que, segundo ele, pode ser implantada em quatro meses. A ideia é restringir a circulação de automóveis no centro expandido de São Paulo, a mesma área onde vigora hoje o rodízio de veículos.
Para o professor, a melhor forma de isso funcionar é mexer no bolso de quem usa carro: é o pedágio urbano, uma medida que grandes cidades como Londres, Estocolmo e Milão já adotam.
Mas como funcionaria o pedágio urbano?
Se pedágio urbano já estivesse em vigor, seria assim: para atravessar uma ponte na Marginal Pinheiros, onde começaria a área do centro expandido, o carro teria que pagar. Um aparelhinho instalado no para-brisa emite um sinal para um sensor do lado de fora - no viaduto ou no poste. Esse sensor faz a cobrança eletrônica, como já é feito hoje em algumas rodovias do país. Pela proposta, o valor do pedágio seria de R$ 4 e o dinheiro arrecadado seria usado para ampliação das linhas do metrô.
Até que a cidade tenha linhas de metrô suficientes para melhorar a circulação das pessoas, o professor propõe que micro-ônibus, confortáveis e com ar-condicionado, como os que são usados em Porto Alegre, façam o transporte de quem deixou o carro em casa.
"Eu estimo, em uma avaliação preliminar, cerca de 3 mil micro-ônibus. Então, se você tira 450 mil carros e no lugar põe 3 mil, veja a grande vantagem que é essa substituição", destaca.
O professor de transporte público Jaime Waisman defende um conjunto de medidas para atacar os congestionamentos em São Paulo. Ele concorda com a restrição de horários para a circulação de automóveis e caminhões e diz que São Paulo tem que multiplicar por cinco a quantidade de corredores de ônibus.
"Você tem que ter velocidade no transporte público, tem que reduzir o tempo de deslocamento e tem que dar prioridade para ele, para que ele não fique preso nos congestionamentos. Aí você traz o usuário do automóvel. E o corredor pode fazer isso, um bom corredor certamente fará isso", avalia.
Para o secretário dos Transportes, Marcelo Branco, só corredor não funciona e São Paulo ainda não está preparada para o pedágio urbano. Por isso, para ele, a melhor a medida agora é a restrição de horário para os caminhões. "É preciso lembrar que, quando você aumenta a velocidade da cidade como um todo, diminui os congestionamentos, o transporte público lucra muito com isso", afirma.
Fonte: Jornal Nacional (Rede Globo), 9 de março de 2012

Categoria: Cidade


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