Quem compra um carro usado em lojas e concessionárias tem três meses de garantia e vale para todas as peças. No caso de Maise os defeitos apareceram depois deste prazo. O jeito foi vender o carro. "Hoje eu não compro mais carro usado. Essa foi a lição que ficou pra mim", diz.
Nunca compre um carro sem antes verificar se ele não foi furtado, se tem multas pendentes ou dívidas, como financiamento, por exemplo. Essas informações são fornecidas pelos departamentos de trânsito de cada Estado.
É preciso ter cuidado também ao comprar direto do proprietário. Se der problema vai ser preciso entrar na Justiça para tentar uma indenização. O cliente só está protegido pelo Código de Defesa do Consumidor se adquirir o veículo em lojas e concessionárias. Ele pode até pedir o dinheiro de volta se uma perícia comprovar o chamado vício oculto.
"É aquele vício que o veículo na hora da venda já apresentava, mas que só foi detectado depois da garantia. E o consumidor passa a ter mais três meses para reclamar desse vício oculto, evidentemente que tem que provar que ele já existia desde a época da garantia do veículo", comenta Omar Ferri Jr., coordenador executivo do Procon - Porto Alegre.
O carro de Daniel estragou na primeira semana após a compra e a concessionária nem quis fazer uma avaliação. A ação contra a concessionária está na Justiça há nove anos.
A partir de agora, Daniel vai procurar saber como os clientes são tratados depois da venda. "Eu me sinto enganado porque me vendeu uma coisa e não quis arrumar. Não quis arrumar o que me vendeu como sendo bom."
Fonte: Jornal Hoje (Rede Globo), 8 de março de 2012