O congestionamento ficou acima da média também às 9h30 e às 11h em quatro dias da semana - apenas na quarta-feira (7) a contagem de vias paradas ficou dentro do esperado para os dois horários. A quarta, entretanto, foi o dia mais afetado pela paralisação de caminhoneiros que transportam combustíveis - a maior parte dos postos da cidade tinha bombas de abastecimento vazias. Muitos motoristas deixaram os carros em casa e fizeram seus trajetos de táxi ou transporte público. Também foi o dia da semana com índices mais baixos em comparação ao restante da semana.
O almoxarife Anderson Conceição tem levado de 10 a 20 minutos a mais diariamente em seu trajeto entre a Freguesia do Ó, na Zona Norte, e a Avenida Rio Branco, no Centro de São Paulo, desde o início da fiscalização. "Saio da Freguesia às 9h. Antes levava 20 minutos, meia hora no máximo até a Rio Branco. Agora são pelo menos 40 minutos. Está congestionado aqui, no Rodoanel. Depois das 9h triplica o número de caminhões na rua", conta.
Na terça-feira (6), segundo dia de fiscalização, a CET registrou 159 km de filas na cidade às 11h, maior índice no período da manhã em 2012. O número, entretanto, não será registrado como recorde - a CET só contabiliza como recorde os índices dentro do horário de pico, que é oficialmente entre 7h e 10h.
Médias
A CET tem duas médias - uma inferior e outra superior - para cada um dos horários de medição oficial, que acontecem de meia em meia hora a partir das 7h. Às 9h30, quando a média inferior é de 58 km e a superior 83 km, a CET registrou 110 km de filas na segunda, 105 km na terça, 80 km na quarta, 88 km na quinta e 108 km na sexta-feira.
A equipe de reportagem do G1 circulou pela Marginal Tietê durante os cinco primeiros dias da restrição entre 8h e 10h - uma hora antes e uma hora depois do fim da restrição. Em todos os dias, a mudança foi nítida. Nesta semana, até as 9h, não houve registro de filas no trecho em que os caminhões foram proibidos, salvo as causadas por problemas pontuais, como acidentes ou em alguns acessos para os bairros.
Poucos minutos após a restrição, no entanto, os veículos de carga tomam as pistas da Marginal Tietê, principalmente no sentido Castello Branco, e os congestionamentos se formam. Na sexta (10), por exemplo, a via tinha 15 km de lentidão às 11h10, da Ponte da Vila Guilherme até a Rodovia Castello Branco.
Isso ocorre porque os caminhões entram todos de uma vez na via, por diversos pontos - muitos ficam parados em ruas próximas onde não há restrição ou retardam sua chegada à cidade até o horário limite.
Caminhoneiros
Os caminhoneiros, que já reclamam da restrição, também se dizem prejudicados pela lentidão maior nos outros horários. "Está pior do que era antes. Vira aquele tumulto quando libera, o trânsito fica enrolado por mais umas duas, três horas. Os caminhões vão todos de uma vez", afirma o motorista Gentil Machado, que transporta papel entre a capital paulista e Ribeirão Preto, no interior do estado.
Fonte: portal G1, 10 de março de 2012