A maior parte dos bloqueios de ruas vai ocorrer em áreas de ocupação recente e irregular. Além disso, está prevista desapropriação de 2.794 imóveis residenciais, industriais e rurais nas duas cidades e em Arujá. A previsão é de que o trecho fique pronto em 2014.
Segundo o estudo, o Trecho Norte terá 44 km. Desses, 6,3 km estão divididos em seis túneis. A via tem orçamento previsto de R$ 5,3 bilhões e terá saídas para as Avenidas Raimundo Pereira de Magalhães e Inajar de Souza.
A projeção do impacto da obra nos imóveis da região também traça um processo "pontual" de desvalorização nas áreas de médio e alto padrão adjacentes à "faixa de domínio" da pista - a linha de 130 metros de largura que vai receber as faixas de circulação. O motivo são os "impactos ambientais permanentes, como o aumento do nível de ruído e as alterações na paisagem".
Anteontem, um grupo de moradores da zona norte da capital se reuniu com representantes da empresa estadual Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) para se manifestar contra a obra, que vai tomar 98 hectares de mata nativa.
O Estudo de Impacto Ambiental ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) para que a obra seja autorizada. E outras audiências públicas deverão ser marcadas.
Valorização
Se parte dos imóveis ao redor do Trecho Norte do Rodoanel pode ser desvalorizada, outras regiões influenciadas indiretamente pela pista devem sofrer um processo de valorização, segundo o Estudo de Impacto Ambiental. "Destacam-se neste quesito as regiões no entorno dos anéis viários e dos eixos da Marginal do Tietê e da Rodovia Presidente Dutra, além das áreas urbanas consolidadas da zona norte da capital e no centro de Guarulhos", informa o texto.
O benefício seria fruto de uma esperada melhoria no trânsito da cidade. O estudo destaca ainda a possibilidade de ocupação de áreas ao redor das vias de acesso à nova pista por indústrias e empresas de logística.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 8 de outubro de 2010