No Cemitério Jardim da Saudade, os guardadores estavam bem organizados. Segundo Cláudio Jesus Santos, o Biguzão, todos estavam ali defendendo o pão de cada dia sem brigar. "Se a gente discutir na frente do cliente, pega mal", destacou. Ubirajara Santos, que está sem emprego, falou em divisão igual dos lucros. Segundo ele, trabalhar com união é o melhor negócio para voltar com dinheiro no bolso no final do dia.
Um visitante do cemitério, localizado em Brotas, afirmou que ali não é cobrado nenhum valor fixo, informação confirmada por Biguzão. "A gente pede que eles dêem o que puderem". O valor cobrado por ele normalmente varia de R$ 0,50 a R$ 2.
Já na Baixa de Quintas, bairro que abriga um dos mais importantes cemitérios da cidade, a situação é diferente. Lá, não há entendimento entre os guardadores. Eles chegam a discutir a propriedade de espaços em plena via pública. Na Federação, onde está localizado o Cemitério do Campo Santo, muitos guardadores orientavam os donos de carro a estacionarem apenas nos lugares permitidos. A preocupação se devia à presença de agentes da Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET).
Fonte: A Tarde - Salvador (BA), 3 de novembro de 2007