Os maiores shoppings de Salvador esperam apenas a liberação do alvará, pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do município (Sucom), para iniciar a cobrança nos estacionamentos. O Iguatemi, por exemplo, já implantou os guichês de pagamento, próximo às principais áreas de acesso.
Os centros comerciais, respaldados por decisão judicial, também definiriam um valor referência de R$3 para as primeiras três horas de utilização da vaga. Cada um deles, no entanto, definirá se cobrará tarifa dos consumidores que efetuaram compras.
"Definimos apenas um valor básico, para que não haja um distanciamento entre os shoppings. Mas cada um levará em conta suas especificidades", declarou Ewerton Visco, diretor regional do Grupo Aliance, proprietário do Iguatemi. Segundo ele, não há ainda uma data definida para o início da cobrança, já que os estabelecimentos dependem de autorização do órgão municipal.
Visco lembrou que Salvador é uma das poucas capitais do país onde a cobrança de estacionamento em shoppings não é possível. "Com isso, o custo da operação passa a ser pago todos os clientes, inclusive por quem não tem carro", enfatizou.
A decisão dos shoppings continua dividindo a população. A enfermeira Carla Soares diz não concordar com a cobrança. "Acho um absurdo, até porque, ao consumir, estou contribuindo para os custos do shopping", afirmou.
Já o empresário Cláudio Teixeira é um dos que concordam com o pagamento. "Muitos deixam o carro no estacionamento, não consomem e até vão para outros lugares próximos, tornando indisponível a vaga para quem realmente vai consumir", disse. Mas, para ele, os shoppings não deveriam cobrar de quem comprovar o consumo em uma das lojas.
A questão tornou-se uma verdadeira "queda-de-braço" entre os shoppings e o prefeito João Henrique, que chegou a afirmar que renunciaria ao mandato caso a cobrança entrasse em vigor. A reportagem entrou em contato com representantes da Sucom para obter informações do órgão a respeito do assunto, mas não obteve retorno.
Fonte: Correio da Bahia (Bahia), 28 de março de 2007