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O caos nas rodovias de São Paulo rumo ao litoral norte no feriado de 15 de Novembro provocou uma discussão sobre um "rodízio amigo" de veículos nas estradas. A proposta de um revezamento voluntário de carros, mas orientado pelo poder público, foi apresentada pelo Conselho de Segurança de Ubatuba devido aos recentes engarrafamentos. O órgão é formado por moradores e autoridades da segurança.
Ela está agora sob análise do DER (empresa que administra as rodovias de SP) e da Polícia Rodoviária Estadual.
Se a ideia for aprovada, turistas que deixam Ubatuba pela rodovia Oswaldo Cruz - que liga a cidade a Taubaté, no Vale do Paraíba, e é uma das principais vias de acesso à região - serão aconselhados a evitar certos horários de acordo com a placa do carro.
O plano do rodízio valeria no fim de feriados prolongados. O primeiro teste pode ser já na volta do Natal, quando carros com final de placa de 1 a 5 receberiam a orientação de voltar à capital paulista entre as 15h e as 19h. Os demais, entre as 19h e as 23h.
"É um rodízio voluntário", diz Fábio Isnard, presidente do conselho da cidade e responsável pela proposta. "Não podemos cercear, mas disciplinar", afirma.
O estopim para discutir a iniciativa foram os recordes de trânsito do último feriado - quando a viagem ao litoral pela Oswaldo Cruz chegou a levar até 13 horas e motoristas invadiram a contramão da estrada, como um tipo de "operação descida" forçada.
"Temos muito congestionamento. As pessoas estão descendo mais ao litoral, mas a estrada é uma só", afirma Isnard, que ressalta que a ideia é aplicar um escalonamento apenas para voltar à capital, quando a concentração de motoristas é maior.
A proposta de um "rodízio", ainda que voluntário, pegou os órgãos de surpresa.
"Nunca tinha ouvido falar sobre isso em termos rodoviários", afirma Jorge Jobram, engenheiro e assistente da direção regional do DER, que participou da reunião onde foi apresentada a ideia.
"A ideia básica não é a questão da placa, mas de evitar novas situações de desconforto e perigo para os usuários", afirma o engenheiro do DER, para quem o rodízio, se aprovado, "terá que ser feito com muito cuidado, e sempre a título apenas de recomendação".
A Polícia Rodoviária Estadual diz que vê a ideia como positiva - mas que, a princípio, "não pode corroborar" com a iniciativa, por ser de difícil operacionalização e não estar ancorada em uma lei.
Fonte: Folha de S. Paulo, 7 de dezembro de 2013

Categoria: Geral


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