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Ao mesmo tempo em que criam diferentes nomes para vender o mesmo carro mundo afora, os fabricantes japoneses têm o hábito de preservar uma denominação durante décadas ? vejam-se os exemplos do Toyota Corolla e do Honda Civic, nomes usados desde 1966 e 1972, nesta ordem. É o caso também do Mitsubishi Minica, talvez o mais importante modelo da marca dos três diamantes no segmento de kei jidosha, carros leves ou ?carros K?, categoria definida por estritos critérios de tamanho e cilindrada para receber benefícios fiscais do governo japonês.
O Minica tem uma história tão antiga que antecede até mesmo a da Mitsubishi Motors, o braço do conglomerado responsável pela fabricação de carros: ele surgiu em outubro de 1962 por meio da Shin Mitsubishi Heavy-Industries, uma das três unidades automobilísticas do grupo que se fundiriam em 1964. Produzido até 2011, ele foi o nome mais longevo da marca e um dos mais tradicionais das indústrias do país do sol nascente.
O primeiro Minica, um sedã de duas portas, representava a versão de passageiros do utilitário Mitsubishi 360, cuja denominação ? como as de vários modelos japoneses da época ? indicava a cilindrada do motor, estabelecida pelo governo para os ?carros K?. Apesar das contidas dimensões (2,99 metros de comprimento, 1,29 m de largura, 1,90 m de distância entre eixos), o estilo ainda encontrava espaço para um porta-malas saliente com discretas aletas de inspiração norte-americana. As portas abriam-se para trás e, como no Mini inglês de 1959, rodas diminutas de 10 pol ajudavam a aproveitar o espaço para os ocupantes.
O motor de dois cilindros a dois tempos e 359 cm³, com arrefecimento a ar, produzia a potência de 17 cv e levava o sedã à velocidade máxima de 86 km/h ? desempenho tímido, compensado pelo ótimo consumo de 26 km/l. Em 1965 o motor recebia misturador automático de óleo a gasolina e dois anos depois a linha abria-se em versões básica e Deluxe. A potência chegava a 23 cv no Deluxe para 1969, já com o motor refrigerado a líquido desenhado para a segunda geração do modelo.
Geração que estreava em julho daquele ano, como modelo 1970, com escolha entre hatchback (o primeiro entre os ?carros K?) e perua de três portas. As linhas estavam atualizadas, até com faróis retangulares ? antes que se tornassem uma moda mundial ?, e a suspensão dianteira passava ao conceito McPherson com molas helicoidais. Embora com as mesmas dimensões do anterior, limitadas pelas normas, ele estava 10 cm maior entre os eixos e tinha bitolas mais largas; o peso variava de 445 a 490 kg. As portas agora se abriam para frente e havia comodidades como ventilação forçada e rádio, o primeiro em sua categoria. Para 1971 o GSS vinha com quatro faróis e unidades de neblina, mas a ousadia não parou por ali: em maio desse ano era lançado o Minica Skipper, um cupê com vidro traseiro que se erguia como uma terceira porta.
Minica F4 era como a fábrica chamava sua terceira geração, revelada em outubro de 1972. Se a aparência lembrava a do anterior, chamava atenção a cabine recuada e com vidros menores. O de trás erguia-se para acesso à bagagem e no interior vinham bancos reclináveis.
Com o mercado dos ?carros K? em declínio, a Mitsubishi descartava as versões mais esportivas e reduzia as opções para 1974.
Dois anos mais tarde, com a revisão dos limites da categoria, o Minica ganhava para-choques mais salientes, crescendo para 3,17 m, e motor de 471 cm³ com a mesma potência. Essa série chegou a ser vendida em alguns mercados pela Chrysler, então uma parceira dos japoneses.
As novas dimensões autorizadas pelo governo só eram aproveitadas para o interior no Minica Ami 55, a quarta geração lançada em junho de 1977. Ele agora media 3,17 m mesmo com para-choques pouco salientes e estava mais largo (1,395 m) e longo entre eixos (2,05 m), sem aumento de peso, mas o estilo mudava pouco do antecessor. O motor era ampliado para 546 cm³, com 31 cv, e já podia levá-lo até 110 km/h. A linha 1982 trazia nova traseira e a opções de câmbio automático e teto solar. Como que relembrando os tempos de esportividade, o Minica Ami L Turbo chegava em 1983 com motor turbo de 39 cv ? o primeiro ?K? assim equipado ?, mas durou menos de um ano.
A quinta geração, em fevereiro de 1984, marcava grandes mudanças para o Minica: a tração passava a ser dianteira, em uma atrasada adesão ao que praticamente todo carro pequeno havia feito desde o Mini inglês, e surgia a opção por cinco portas. A suspensão traseira agora usava eixo de torção e molas helicoidais e, pela primeira vez, era oferecido ar-condicionado.
O ano de 1989 começava com o pequeno Mitsubishi de sexta geração, mais arredondado, com para-choques bem integrados ao estilo e grandes janelas. Sem alteração nas medidas, mantinha motores e suspensões do antigo, mas trazia a inédita versão Lettuce com duas portas do lado do passageiro (esquerdo no Japão) e uma só no do motorista. Direção assistida era outra novidade.
Novas normas do governo permitiram que o sétimo Minica surgisse maior em setembro de 1993, com 3,29 m de comprimento, 2,28 m entre eixos e de 590 a 780 kg. Faróis e vidros seguiam o tema arredondado, típico dos carros pequenos japoneses do período; as rodas chegavam a 13 pol e pela primeira vez estava disponível um câmbio automático com quatro marchas. Motores de quatro cilindros e 659 cm³ ? um aspirado com 16 válvulas e 54 cv, outro com turbo, 20 válvulas e 64 cv ? substituíam os de três cilindros. Com o mais potente ele superava 140 km/h.
De certo modo, a melhor fase do Minica encerrava-se por ali. A oitava geração, lançada em outubro de 1998, perdia muito do charme ao seguir linhas retas e sem inspiração, embora as maiores dimensões (3,39 m de comprimento, 2,34 m entre eixos, 680 a 790 kg) trouxessem ganho em espaço interno. Sem grandes alterações, o Minica foi produzido até 2007, enquanto o utilitário de teto alto dele derivado, o Toppo, durou mais quatro anos.
Fonte: Bestcars, dezembro de 2013

Categoria: Mundo do Automóvel


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