Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana representa mais de 70% do valor da gasolina.
Ao comentar a aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na segunda quadrissemana deste mês (últimos 30 dias até 15 de agosto) para 0,21%, ante 0,16% na leitura passada, o economista e coordenador do indicador, Rafael da Costa Lima, disse que os preços do etanol diminuíram o ritmo de queda no período (de -1,34% para -1,07%), mas ainda têm espaço para continuar em baixa, por causa do atraso na colheita de cana. Já a gasolina no âmbito do IPC-Fipe cedeu 0,47%, ante 0,34% na primeira leitura do mês.
O presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Pádua Rodrigues, disse que a situação de oferta e demanda de etanol será analisada durante reunião no dia 29 de agosto em Brasília, com a presença de representantes da indústria de etanol, do governo e das distribuidoras.
Rodrigues avalia que o bom andamento da colheita de cana nas últimas semanas não é suficiente para dizer se há etanol ou não para que a mistura de anidro na gasolina, atualmente de 20%, aumente para 25%. Segundo ele, "existem vários fatores envolvidos, como o andamento da própria demanda de hidratado, que compete com a gasolina".
Atualmente, o etanol hidratado é competitivo apenas nos postos de São Paulo, Goiás e Mato Grosso. Pádua disse que não sabe de onde o ministro das Minas e Energia, Edilson Lobão, tirou dados para afirmar que o aumento do anidro para 25% pode ocorrer ainda este ano.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 19 de agosto de 2012