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A inflação dos bens e serviços inadiáveis, ou seja, aqueles que as famílias até podem alterar um pouco a qualidade ou a quantidade, mas não podem adiar a aquisição, foi 0,4 ponto percentual superior à inflação geral apurada entre setembro do ano passado, quando a crise internacional se agravou, e março deste ano. Conforme o site InfoMoney,
os dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgados dia 7 de abril, indicam que, no período analisado, as famílias pagaram 2,7% mais caro pela aquisição dos itens inadiáveis, enquanto a inflação geral foi de 2,3%.
Os bens e serviços considerados inadiáveis correspondem, segundo o Dieese, a 84,2% dos gastos familiares. Neste grupo estão os alimentos, produtos de higiene e limpeza, combustível, medicamentos, livros e material didático, gás de botijão, cigarro, jornais e revistas, além de serviços como seguros e convênios médicos, mensalidades escolares, aluguéis, impostos, serviços domésticos, eletricidade, água e esgoto, telefonia, transporte coletivo, entre outros.
Entre os bens, cuja inflação foi de 1,4%, as maiores altas apuradas foram no açúcar (33,03%), hortaliças (35,28%), pneus (9,13%), sabonete (14,36%), sabão em pedra (21,68%), café em pó (6,13%) e álcool combustível (5,25%).
Já os maiores recuos observados foram no feijão (-40,30%), óleo de soja (-16,54%), carne de segunda (-8,46%), leite em pó (-6,91%) e arroz (-6,88%).
Quanto aos serviços, que apresentaram inflação de 3,8%, as principais contribuições positivas vieram de aluguéis (8,35%), mensalidades escolares (7,39%), alimentação fora do domicílio (6,08%) e serviços de água e esgoto (5,11%).
Adiáveis no curto e longo prazo
No grupo de bens e serviços adiáveis no curto prazo, a inflação verificada, entre setembro de 2008 e o mês passado, foi de 1,6%. Os bens (1,5%) tiveram seus valores corrigidos abaixo da inflação, com as principais variações apuradas em roupas (-1,26%) e calçados (0,75%), cujos valores foram pouco alterados, e nos materiais de construção, com alta de 4,93%.
Dentre os serviços, que registraram inflação de 1,8%, taxa também inferior à da inflação geral, o destaque foi apenas para cursos diversos (6,13%).
No que diz respeito aos produtos e serviços que podem ter sua aquisição planejada para períodos de menores incertezas, como os equipamentos domésticos e a compra de veículos, no período analisado, este foi o único grupo que apresentou deflação (-1,5%), o que, na opinião do Dieese, reflete a insegurança do consumidor frente à crise.
Os preços dos equipamentos domésticos (0,93%) tiveram variações bem abaixo da inflação, com destaque para rouparia (-0,74%), móveis (0,45%), utensílios (1,31%) e eletrodomésticos (1,33%). Quanto aos veículos, estes foram os bens que mais rapidamente sentiram os efeitos da crise, apontando recuo de 7,50% nos preços.
Inflação
Na opinião do Dieese, os números sugerem que o cenário mais provável é que não haja queda acentuada no patamar inflacionário, pois grande parte da demanda de bens e serviços é relativamente estável, sem contar que há alguns serviços (aluguel, mensalidade escolar etc.) que são reajustados anualmente, sendo mais resistentes a quedas de preços.
No momento, certos setores, como o de automóveis, estão sofrendo mais com os efeitos da crise, apresentando uma retração mais intensa na demanda por produtos. Tal movimento explicaria a queda ou a pequena variação de preços de tais setores, apesar de, no conjunto de bens e serviços agregados, não serem esperadas fortes alterações.
Fonte: InfoMoney, 7 de abril de 2009

Categoria: Geral


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