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PIB do Brasil cresce 1% no 1º trimestre de 2017, após 8 quedas seguidas

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A economia brasileira voltou a crescer após oito trimestres seguidos de queda. Nos três primeiros meses de 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,0% em relação ao 4º trimestre do ano passado, segundo dados divulgados dia 1º pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, a economia do país produziu R$ 1,595 trilhão.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2015 e2016, aatividade econômica havia encolhido 3,8% e 3,6%, confirmando a pior recessão da história do país.

Tecnicamente, o resultado tira o Brasil da recessão após dois anos. Mas, para boa parte dos economistas, ainda é cedo para decretar que a crise acabou, pois não há sinais claros de recuperação em todos os setores e permanecem dúvidas sobre os próximos meses.

Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Pali, o avanço do PIB ocorreu sobre uma base bastante deprimida. "A gente está no mesmo patamar do final de 2010", destacou.

Agropecuária foi destaque entre os setores

A agropecuária registrou a maior expansão em mais de 20 anos e foi destaque entre os setores calculados pelo IBGE, com salto de 13,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior. A safra recorde de grãos ajudou a impulsionar o resultado. Foi o maior crescimento desde o 4º trimestre de 1996.

"Apesar de a agropecuária pesar 5,5% no valor adicionado da economia [participação do setor no cálculo do PIB], os prognósticos de recorde de safra puxaram todas as taxas para cima", avalia Rebeca.

Segundo o IBGE, soja, milho, arroz e fumo respondem, juntos, por cerca de 50% do peso da agropecuária do país. “Os quatro estão com uma estimativa muito boa para este ano. Principalmente o milho, que tem expectativa de aumento de 46,8%”, disse Rebeca.

"A safra recorde de grãos ajudou a impulsionar o melhor resultado da agropecuária em mais de 20 anos"

A indústria subiu 0,9% após dois trimestres de queda, enquanto o setor de serviços não teve variação. "O serviço, que representa mais de 73,3% do valor adicionado total da economia, puxou para baixo o desempenho do PIB", afirmou a coordenadora do IBGE.

O principal impacto negativo no setor de serviços foram as atividades de intermediação financeira e seguros, com queda de 4% ante o primeiro trimestre do ano passado. Além disso, o comércio recuou 2,5% no mesmo período.

Depois da agropecuária, o setor com o melhor desempenho foi o da produção e distribuição de eletricidade, gás, água e esgoto, com expansão de 3,3%. “A gente ainda não teve no primeiro trimestre o efeito do religamento das térmicas”, ponderou a pesquisadora.

Entre os subsetores, a indústria extrativa mineral expandiu 1,7%, revertendo um desempenho ruim desde o acidente de Mariana (MG), ocorrido em 2015. Segundo o IBGE, o setor já não sofre influência do desastre e teve impacto positivo na balança comercial. “Tanto o minério quanto o petróleo estão com preço mais favorável para exportação”, destacou Rebeca.

Consumo das famílias e investimentos em queda

Do lado da demanda, todos os componentes do PIB apresentaram queda na mesma base de comparação. O consumo das famílias recuou 0,1%, enquanto os gastos do governo caíram 0,6%, e a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos) encolheu 1,6%.

“A queda da inflação é um fator positivo no caso do consumo das famílias, e os juros caindo também. Mas o crédito continua bastante restrito. Então, a gente tem por um lado o crédito e a ocupação contribuindo negativamente, mas por outro lado a queda na inflação e a queda nos juros contribuindo positivamente”, comentou a coordenadora do IBGE.

Os investimentos continuaram a cair e se retraíram 1,6% em relação ao último trimestre e chegaram ao menor patamar já registrado. O resultado foi impactado pela redução da importação de bens de capital, como máquinas e equipamentos.

A taxa de investimentos ficou em 15,6% do PIB. De acordo com Claudia Dionísio, gerente de Contas Trimestrais do IBGE, este foi o menor patamar registrado em toda a série histórica, com início em 1996. Antes, a menor taxa foi registrada no 1º trimestre do ano passado, quando foi de 16,8%.

A taxa de investimentos ficou em 15,6% do PIB, o menor patamar registrado em toda a série histórica, com início em 1996.

As incertezas trazidas pela crise política podem levar os empresários a represar ainda mais os investimentos, que caíram á menor taxa da série do IBGE. "Vemos sinais positivos, mas existe a dificuldade de eles passarem para a economia (no longo prazo) por conta da incerteza política. Está dificultando uma transição que já seria difícil", afirmou ao G1 Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro IBRE/FGV.

Ela considera que o nível de investimento, que caiu ao menor patamar da série histórica medida pelo IBGE é afetado pela ociosidade da indústria e pela incerteza política. "A capacidade de investimento não existe, porque o retorno está muito fraco e não há crédito subsidiado porque o governo não pode dar dinheiro para o setor privado", avalia.

A construção civil, abalada por uma forte queda nos trimestres anteriores, voltou a subir nos três primeiros meses do ano. O crescimento foi de 0,5% frente ao período anterior, mas houve queda de 6,3% frente ao ano anterior. Apesar da alta, a construção segue com taxas muito negativas tanto no setor imobiliário quanto de infraestrutura, destacou o IBGE.

Comparação com o ano anterior

Em relação ao 1º trimestre do ano anterior, o PIB caiu 0,4%, o 12º resultado negativo seguido. Também nesta base de comparação, a agropecuária se destacou com alta de 15,2%. Mas a indústria sofreu queda de 1,1% e serviços recuou 1,7%.

Foi o primeiro trimestre em que os serviços tiveram uma taxa mais negativa que a indústria na comparação anual desde o início da recessão, em 2014, segundo o IBGE.

Pelo oitavo trimestre seguido, todos os componentes da demanda interna apresentaram resultado negativo na comparação com igual período de 2016. No primeiro trimestre de2017, adespesa de consumo das famílias caiu 1,9%.

Leia mais: Safra recorde reanima a economia e salva o PIB do 1º trimestre

Nos quatro últimos trimestres terminados em março, o PIB acumulou queda de 2,3% em relação aos quatro períodos imediatamente anteriores.

Já a taxa de poupança subiu para 15,7% no primeiro trimestre, frente a 13,9% no mesmo trimestre do ano anterior. Foi a primeira alta desde 2012.

Revisão do PIB do 4º trimestre

O IBGE revisou as taxas do PIB do ano passado. No 4º trimestre, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve queda de 0,5%, ante o resultado negativo de 0,9% anteriormente divulgado. No 3º trimestre, o PIB foi revisado de queda de 0,7% para recuo de 0,6%.

No 2º trimestre de 2016 não houve revisão. Já no 1º trimestre, a taxa foi revisada de queda de 0,6% para retração de 1,0%. O IBGE destacou, no entanto, que as revisões não alteraram a taxa do acumulado do ano, que foi de queda de 3,6%.

O IBGE ressaltou, ainda, que o país teve uma menor necessidade de financiamento no primeiro trimestre deste ano – foi de R$ 20,3 bilhões ante R$ 33 bilhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: G1, 01/06/2017

Categoria: Geral


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