A linha 3 é o principal meio de transporte da população que vive na zona leste, região mais populosa da capital, cortada ao meio pela malha metroviária. Por conta disso, a linha é a campeã no número de passageiros transportados entre todas as linhas da capital paulista, que tem o metrô mais lotado do mundo.
Em 2011, a média de passageiros transportados na linha 3 nos dias úteis foi de 1,1 milhão por dia, o que dá oito usuários por metro quadrado - nos horários de pico, o número sobe a mais de 11. O limite de lotação, segundo o Comet - comitê que reúne os principais metrôs do mundo -, é de seis usuários por metro quadrado.
Investimentos no metrô
Linha 2010 2011 Variação
1-azul R$ 181,2 milhões R$ 197,7 milhões 9,1%
2-verde R$ 70,9 milhões R$ 65,9 milhões -7,1%
3-vermelha R$ 236,2 milhões R$ 188 milhões -21,4%
5-lilás R$ 4,2 milhões R$ 2,6 milhões -38,1%
A redução de investimentos no metrô não atingiu somente a linha 3. Com exceção da linha 1-azul, todas as outras sofreram cortes nos investimentos entre 2010 e 2011 e viram o número de passageiros aumentar no mesmo período. No total, foram investidos no metrô R$ 1,7 bilhão em 2010, contra R$ 1,2 bilhão em 2011, redução de 32%. A conta não inclui os investimentos na linha 4-amarela, administrada por uma empresa privada.
Os dados sobre os investimentos foram divulgados no relatório anual administrativo do Metrô. Para o sindicato, as falhas recorrentes nos últimos meses e o acidente do dia 16 são fruto da falta de investimentos no Metrô.
Em nota, a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos afirmou que "em nenhum momento o governo de São Paulo deixou de investir no transporte metroferroviário".
A secretaria diz ainda que, até 2015, serão investidos R$ 45 bilhões na compra de trens, expansão e modernização do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O governo do Estado questiona ainda a falta de repasses da União para investimentos no metrô.
A colisão entre dois trens da linha 3-vermelha do metrô de São Paulo deixou dezenas de pessoas feridas entre as estações Carrão e Penha, na zona leste de São Paulo. Com ferimentos leves e médios, elas foram encaminhadas a hospitais da região.
O secretário de Transportes, Jurandir Fernandes, confirmou que o acidente foi provocado por uma falha no circuito eletrônico da linha, que é responsável pelo controle da velocidade. Segundo o presidente do sindicato dos metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, o maquinista relatou que, enquanto o trem estava em movimento, o circuito emitiu um alerta de acelerar em vez de frear ao se aproximar da outra composição, que estava parada nos trilhos. O maquinista então operou o trem manualmente para freá-lo. Segundo Prazeres, toda composição do metrô conta com o sistema automático que, ao registrar a distância de 150 metros entre o próximo trem, aciona o freio - o que não aconteceu. Ainda segundo o sindicato, uma falha mecânica no sistema foi relatada horas antes da colisão entre os dois trens.
Uma comissão de segurança foi nomeada para avaliar as causas da falha que causou o choque.
Este foi o primeiro choque de trens com passageiros da história do metrô de São Paulo.
Fonte: UOL, 17 de maio de 2012