Segundo a construtora WTorre, responsável pelo shopping, um seguro no valor de R$ 84 milhões, contratado como garantia de que as obras de contrapartida seriam feitas pela empresa, também sustenta o acórdão.
A existência da fiança sempre foi o argumento utilizado pelo empresário Walter Torre para reivindicar a liberação das licenças municipais. Ele ainda sustenta que nenhum outro construtor de São Paulo investiu tanto em obras de contrapartida. Segundo Torre, a empresa deve gastar até R$ 97 milhões, no total, para promover melhorias viárias.
O pedido de veto à abertura do shopping partiu da Promotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público. Em ação civil pública apresentada pela promotora de Justiça Stela Tinone Kuba, o órgão considerou primordial a conclusão de todas as obras de contrapartida acordadas com a WTorre, especialmente a construção do viaduto que ligará a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek às pistas centrais da Marginal do Pinheiros, na altura do Parque do Povo - obra que deve demandar pelo menos um ano.
Antes do embargo, a Prefeitura não havia sinalizado intenção de impedir a inauguração do JK Iguatemi, que deve ser o mais luxuoso da cidade. Após o embargo, o prefeito Gilberto Kassab revelou apoio ao cumprimento da lei que relaciona a conclusão das contrapartidas à abertura do centro de compras.
Saturada
A expectativa é de que o shopping atraia mais 20 mil pessoas por dia à já saturada Vila Olímpia, na zona sul, e provoque reflexos negativos no trânsito da Marginal do Pinheiros. A construtora contesta e afirma que as 1.624 vagas de estacionamento vão ajudar a reduzir o trânsito no bairro, especialmente no horário de pico da tarde, uma vez que as atrações devem "segurar" as pessoas no local até mais tarde.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 19 de maio de 2012