Na primeira reportagem, os repórteres Walace Lara e Mikael Fox pegaram carona na linha de ônibus mais comprida da cidade de São Paulo. São 106 km pelas avenidas e ruas de São Paulo. Este ônibus só circula durante a madrugada, de hora em hora.
O drama de quem depende de transporte coletivo também aparece nos vagões de trens e metrô. Apesar de terem capacidade para centenas de passageiros, não dão conta de tanta gente.
Na Linha 2 do metrô do Rio de Janeiro, alguns passageiros têm que pegar o trem no sentido contrário ao do local de trabalho ou estudo, para conseguir entrar no vagão. Os repórteres Júnior Alves e Renata Capucci acompanharam esse trajeto.
Falta também segurança para os passageiros. Só em Fortaleza, foram mais de 270 roubos no ano passado nos ônibus.
Câmeras foram colocadas nos retrovisores dos carros, principal alvo da guerra no trânsito, no guidão e capacete de motos, para mostrar o ponto de vista dos motociclistas e dos motoristas.
Os motoboys cruzam as ruas e avenidas das cidades para fazer entregas, como a pizza, que todos querem receber quentinha. Mas alguns encaram o trânsito como se fosse uma guerra. "Detectamos chave de roda, que deveria estar do lado do estepe, ao lado do banco do motorista, madeira em formato de taco e barras de ferro", declara Cleodato Moisés, porta-voz da PM.
O resultado dessa batalha aparece nos números: quase 70% das indenizações pagas por acidentes de trânsito se referem a acidentes com motos. Na cidade de São Paulo, o número de mortes de motoqueiros aumenta em uma velocidade maior do que o crescimento da frota de motos, segundo a companhia de trânsito.
Os casos de invalidez permanente, por causa de acidentes de moto, aumentaram 274% nos últimos dez anos, segundo a seguradora que administra o pagamento de indenizações.
Fonte: Jornal Hoje (Rede Globo), 2 de maio de 2012