A revitalização da chamada "cracolândia", área degradada do centro da cidade de São Paulo, teve início dia 26, com a demolição de um imóvel na rua General Couto de Magalhães, o primeiro dos cinco que a Prefeitura de São Paulo desapropriou e tomou posse. Até o início de 2008 devem ser demolidos 50 imóveis em duas quadras da mesma rua, a maior parte abandonados há bastante tempo e deteriorados. Nos locais serão construídos prédios que devem abrigar a Prodam (empresa de processamento de dados da prefeitura) e a Subprefeitura da Sé.
A área total da cracolândia, que já foi declarada de utilidade pública para desapropriação, tem 103 mil m2. Em pleno centro, a cracolândia tinha tudo para ser valorizada, pois fica próxima das tradicionais estações Júlio Prestes e Luz e ao lado da famosa avenida Ipiranga, além ter de como "âncora" comercial a rua Santa Ifigênia, conhecida pelas lojas de produtos de informática e de eletroeletrônicos.
A presença de traficantes e viciados, porém, acabou degradando a região. Em 2005, o então prefeito e atual governador, José Serra, lançou um plano para revitalizar a área. A lei prevê abatimento de 50% do IPTU e do ITBI (pago na transferência de imóveis) e até 60% do ISS (Imposto Sobre Serviços) para empresas que decidirem se instalar no bairro, rebatizado de Nova Luz. Também serão concedidos os Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, que representam metade do valor investido na construção ou reforma de imóveis no local. Com eles, a empresa pode pagar impostos municipais.
Os benefícios já atraíram o interesse de grandes grupos do setor imobiliário, como a Odebrecht e a Company S.A. A prefeitura quer concluir o processo de desapropriação para vender, num único lote, toda a área. A empresa que o arrematar terá, segundo a proposta em discussão, de construir prédios comerciais e residenciais para revendê-los.
Fonte: Folha Online (SP), 27/10/2007
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