Motoristas que passaram pelo Centro ontem à tarde tiveram de enfrentar um trânsito infernal. A construção de uma garagem subterrânea na Avenida Presidente Antônio Carlos, aliada a carros enguiçados e à falta de policiais e guardas municipais para orientar o tráfego, provocou engarrafamentos nas avenidas Presidente Antônio Carlos, Franklin Roosevelt, Presidente Wilson, BeiraMar e Almirante Barroso.
O principal nó aconteceu no cruzamento da Presidente Antônio Carlos com as avenidas Presidente Wilson, onde estão instalados os canteiros de obra, e Franklin Roosevelt. Com a Presidente Antonio Carlos já congestionada devido a um caminhão enguiçado, os ônibus passaram a fechar o cruzamento, levando o caos o trânsito.
Por volta das 16h, os motoristas gastavam cerca de 20 minutos para ir do obelisco da Avenida Rio Branco à Presidente Antônio Carlos, num trajeto de cerca de 200 metros.
Sem PMs ou guardas municipais, trânsito piora
Com o tráfego parado na Avenida Beira-Mar, o motorista de táxi Manuel de Souza saltou de seu Santana e caminhou lentamente entre os carros, tentando descobrir o que ocorria: "Estava levando uma passageira de Laranjeiras para a Praça Quinze, mas ela acabou desistindo. Desceu do carro e foi a pé", contou o taxista.
Na esquina da Avenida BeiraMar com a Presidente Antônio Carlos, um homem usando uma camiseta com o símbolo da Polícia Civil e uma pistola presa à cintura, fazia papel de guarda de trânsito, desviando os carros da área engarrafada: "Estou fazendo isso para não ficar essa bagunça aqui" disse ele, que deixara o carro estacionado, de porta aberta, a poucos metros da esquina.
Entre 16h e 18h, quando o engarrafamento era maior, não havia no local qualquer PM, guarda municipal ou agente de trânsito. A única lei que imperava era a do mais forte: ônibus e caminhões avançavam o sinal e contribuíam para atravancar ainda mais o trânsito.
Segundo a RioUrbe, responsável pela obra, a conclusão da garagem, que terá 250 vagas, está prevista para maio deste ano. Dentro de 30 ou 45 dias, no entanto, os motoristas já deverão perceber melhorias, por causa da retirada de alguns tapumes. "Nós temos sinalizadores ali naquela área", diz Carlos Frederico Peixoto Pires, diretor da RioUrbe. "Vou procurar saber o que aconteceu".
Fonte: O Globo (Rio de Janeiro),06 de fevereiro de 2007