No próximo dia 21, fará três anos que foi sancionada a lei que regulamenta os serviços de valet na cidade de São Paulo. E o aniversário é marcado pela falta de fiscalização.
Em regiões conhecidas pela intensa vida noturna, como Pinheiros (Zona Oeste) e Moema (Zona Sul), é fácil encontrar irregularidades: carros estacionados nas calçadas, fila tripla, reserva de vagas.
Segundo a lei, as empresas são obrigadas a informar onde os carros estão estacionados e emitir recibos. Os funcionários devem estar uniformizados. Porém, a realidade relatada pelos vizinhos da "balada" é bem diferente da lei.
Há 30 morando na Rua dos Chanés, em Moema, o arquiteto Edison de Souza, 66 anos, já perdeu as contas de quantas brigas já teve com funcionários de valets. "Eles param na porta da minha garagem, cantam pneu, conversam aos berros e ninguém consegue descansar." Na rua dele o problema é com o Bourbon Street. "Constroem a casa sem infra-estrutura de estacionamento e o resultado é este."
Enquanto isso, no bairro de Pinheiros, Mônica (nome fictício) viu a Rua Iquitos, onde reside, virar estacionamento: os manobristas de valets deixam os veículos lá diariamente. "Não adianta reclamar com a Prefeitura. Não fazem nada."
Em contato com a reportagem, a casa noturna Bourbon Street garantiu que vai cobrar esclarecimentos do serviço de manobristas. Já a Subprefeitura de Vila Mariana, responsável por Moema, limitou-se a dizer que nunca recebeu reclamação sobre o problema.
A Subprefeitura de Pinheiros não se manifestou oficialmente sobre a reclamação da moradora Mônica, mas prometeu que até o fim da semana se pronunciará.
Fonte: Jornal da Tarde, 17 de janeiro de 2007