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Por falta de material novo, a Prefeitura está retirando lâmpadas de alguns semáforos da cidade para consertar outros. O jornal Estado flagrou uma dessas operações há uma semana no Ipiranga, zona sul - um técnico retirou uma lâmpada do foco amarelo para acender o vermelho que estava apagado. Nos últimos cinco dias, a reportagem também percorreu 90 km de vias da cidade e constatou que dezenas de cruzamentos vivem um "apagão", com pelo menos uma das lâmpadas queimadas há dias.
O flagrante no Ipiranga foi feito no cruzamento das Ruas Comandante Taylor e Lino Coutinho, por volta das 16 horas do dia 31. A troca foi feita por um funcionário terceirizado a serviço da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Segundo a CET, que abriu "procedimento interno" para apurar o caso, o ato não foi autorizado.
O problema envolve a falta de contrato para fornecimento de lâmpadas novas. O único que a CET tem foi assinado em abril do ano passado, com validade de 11 meses, mas nunca chegou a ter uma ordem de serviço emitida. O valor era de R$ 260 mil.
A CET nega o desabastecimento e diz que as lâmpadas incandescentes estão sendo substituídas por outras mais econômicas, de LED, e por isso não há necessidade de comprar mais lâmpadas. As que já foram substituídas estão sendo reaproveitadas na manutenção de pontos queimados. Mas o único estoque de lâmpadas usadas visto pela reportagem cabe dentro de em uma caixa plástica no prédio da CET da Marginal do Pinheiros. Elas servem para atender os cerca de 6 mil cruzamentos semaforizados na cidade. Estima-se que 60% deles tenham lâmpadas incandescentes. A CET diz que a substituição por LED vai terminar até o fim do ano.
A falta de luzes acesas nos semáforos é, segundo especialistas, um grave problema de segurança para o trânsito. Sem a luz amarela, por exemplo, o motorista é surpreendido na mudança do verde para o vermelho e pode ficar sem tempo para frear. "As luzes não podem apagar nunca. Quando você está chegando a um semáforo, tem de receber uma informação luminosa e reagir a ela. Quando apaga, você perde a reação", diz o consultor de trânsito Sergio Ejzemberg.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 30 de maio de 2012

Categoria: Cidade


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