"A quarta multa era por lombada eletrônica. Pensei numa clonagem de carro", disse o militar Rafael Likoski.
Mas, não era. As letras da placa do carro de Rafael são IQH. As da placa multada, na foto do radar, eram IOH.
Rafael diz que o furo de fixação da placa, que fez a letra O ficar parecida com um Q, pode ter confundido os agentes de trânsito.
Ele apresentou os tickets para comprovar que o carro estava estacionado em Porto Alegre no momento das infrações.
O Instituto de Trânsito de Joinville não aceitou o recurso, mas, depois, declarou que pode rever o caso.
"Se identificado isso, que o veículo realmente não esteve em Joinville, o órgão de trânsito, a autoridade de trânsito municipal, com certeza vai cancelar as multas", afirmou Marcelo Zgoda, diretor do Instituto de Trânsito de Joinville.
Em um ano e meio, o conselho de trânsito do Rio Grande do Sul julgou mais de 11 mil recursos. Ao todo, 10,4 mil foram rejeitados.
Para provar que não cometeram infrações, alguns motoristas usam a criatividade. Como Renata, que tirou fotos com o celular, que mostraram que na esquina, onde ela foi multada por passar no sinal fechado, não tem nenhum semáforo.
A empresária publicou, na internet, a multa e as fotos. Dez dias depois, a infração acabou cancelada.
Comprovantes de oficinas ou de pedágios também podem ajudar. E para quem tem certeza de que teve o carro clonado, a recomendação é registrar a ocorrência numa delegacia, assim que receber a multa.
"Feita a ocorrência policial, ele junta as fotos do veículo, documento do veículo, solicita uma vistoria de identificação daquele veículo no Detran, para comprovar para quem vai julgar o recurso que aquele veículo é o veiculo original. Certamente ele vai ter sucesso no seu recurso porque ele está comprovando que foi vitima de um ato ilegal", disse Jaime Lobo Pereira, presidente do Cetran - RS.
Fonte: Jornal Nacional (Rede Globo), 17 de outubro de 2012