O setor deixou de criar 20,5 mil empregos diretos nas montadoras e 102,6 mil na cadeia automotiva com a venda de 660 mil carros importados em 2010, segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e do sindicato. As informações são da Folha Online.
"Com a previsão de que o número de importados chegue a 1 milhão neste ano, o Brasil perderá ainda mais empregos", diz Sérgio Nobre, presidente do sindicato.
"Os trabalhadores não querem apenas ser apertadores de parafusos. É preciso haver políticas para fortalecer a indústria nacional, manter emprego de qualidade. Não podemos seguir o mesmo caminho dos setores calçadista e têxtil, que passaram a ser apenas importadores", diz.
Para o diretor da Volks Nilton Jr., a desoneração da folha de pagamentos é um dos temas que necessariamente terá de ser discutido para manter a competitividade do setor e garantir a vinda de novos produtos e investimentos. "O desafio é como manter salários elevados e benefícios, nessa relação diferenciada que existe na região e ao mesmo tempo ser competitivo."
A produção de carros deve passar de 3,1 milhões para 6 milhões em 2025, segundo dados da Fundação Vanzolini divulgados no evento. No mesmo período, a participação das quatro maiores montadoras (Fiat, Volks, GM e Ford) deve passar de 80% dos carros vendidos no mercado interno para 66% - mantidas as condições econômicas.
Segundo a Abeiva (que representa 30 importadoras), dos 660 mil importados vendidos em 2010, 105 mil são de associados. A diferença é das próprias montadoras que importam com incentivos.
Fonte: Folha Online, 12 de julho de 2011