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'Project finance' do BNDES pode atingir R$ 30 bi no ano

Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por meio de “project finance” podem chegar a R$ 30 bilhões até o fim do ano, acredita a diretora de crédito à infraestrutura da instituição, Solange Vieira. A estimativa engloba as áreas de infraestrutura e energia. No mais recente projeto sob este modelo, o banco aprovou mais de R$ 300 milhões para melhorias em aeroportos no Mato Grosso.

No modelo de crédito corporativo tradicional, o BNDES exigia muitas garantias da empresa para liberar recursos, o que esticava prazos e atrasava os empréstimos. Havia situações em que empresas reclamavam da burocracia e sobrecarga. Com o project finance, o fluxo de caixa futuro de cada operação é considerado como principal fonte de receita para arcar com o crédito.

O banco de fomento aprovou financiamento de R$ 317,2 milhões para investimentos de infraestrutura nos aeroportos de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Alta Floresta, todos em Mato Grosso. O valor aportado pelo BNDES representa 65% dos R$ 500 milhões investidos nos quatro empreendimentos. Os recursos serão utilizados na modernização e ampliação da infraestrutura aeroportuária, com melhorias na pista e áreas internas, ampliação de terminais e estacionamentos. A expectativa é que a demanda de passageiros na região cresça 49% até 2025.

Neste caso, a previsão é que os investimentos mínimos obrigatórios estabelecidos pelo contrato de concessão sejam concluídos até outubro de 2023. Novas melhorias devem ser feitas após esse período, a depender do nível do serviço prestado aos passageiros. O financiamento será realizado em favor da Aeroeste Aeroportos, sociedade de propósito específico (SPE) que venceu o leilão de concessões de aeroportos em março de 2019. O contrato prevê a gestão pela empresa até outubro de 2049, com possibilidade de ampliação de cinco anos em caso de necessidade de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.

Todos os quatro aeroportos do Mato Grosso são operados, desde 2019, pelo Socicam, grupo brasileiro de médio porte que administra aeroportos, rodoviárias, portos e centros comerciais. O modelo de project finance dá flexibilidade para empresas de infraestrutura de todos os portes, assumindo mais projetos, não deixando todas as suas garantias limitadas a uma ou duas grandes companhias. “A ‘fábrica de projetos’ do BNDES melhorou muito a qualidade da estruturação de projetos. O banco induz a melhoria da governança de participantes de pequeno porte”, disse a diretora, em entrevista concedida no dia 30 de junho.

Vieira avalia que a concessionária teria dificuldades de se manter caso tivesse de optar por um financiamento tradicional. Agora, com a participação de uma empresa de médio porte nos aeroportos do Mato Grosso, esse cenário pode mudar. “Estamos trazendo ‘sponsor’ e concessionários de médio porte. Isso é importante para o desenvolvimento do Brasil”, afirma. Segundo ela, de um lado, uma concessionária de médio porte tem interesse por projetos menores, em situações que poderiam não atrair companhias maiores. De outro, uma empresa com perspectiva de crescimento poderá competir com as grandes daqui a alguns anos.

Os próximos projetos incluem concessões de saneamento, cujos financiamentos estão entre as prioridades para 2022, além da sexta rodada de concessão de aeroportos, que também podem ter empréstimos concluídos este ano.
Valor Econômico - Finanças - SP - 05/07/2022

Categoria: Geral


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