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Por que a economia não deslancha

 

Por Jorge Hori* - Uma prática que ocorre todos os anos que poderia ficar restrita aos locais das ocorrências foi transformada em problema mundial, afetando todos os negócios do Brasil, em função das reações emocionais do presidente Bolsonaro.

Em tudo o que o contraria ele vê uma conspiração para derrubá-lo e reage com truculência verbal, acusando os que ele acha que são os conspiradores. É da sua personalidade.

As queimadas são prática comum dos produtores agrícolas como preparação de novas terras. Depois de grandes avanços na fronteira agrícola, até 2010, houve uma contenção, com o agronegócio buscando aumento da produção pela melhoria da produtividade.

Há muitas terras dentro do cerrado, degradadas, que estão sendo utilizadas, dentro das fronteiras atuais, não havendo necessidade de avançar sobre o bioma amazônico.

Mesmo nessas, os produtores usam o fogo para queimar a mata remanescente para preparar o campo para a entrada das máquinas, além de produzir fertilizantes naturais, pelas cinzas.

Depois de sucessivas reduções das queimadas em função do maior rigor na fiscalização ambiental, até 2018, está havendo um recrudescimento, em 2019.

As queimadas são iniciadas deliberadamente pelos fazendeiros, com o pressuposto de limitá-las às suas propriedades. Condições climáticas e menor atuação no controle das chamas podem transformar as queimadas em incêndios florestais.

Essas queimadas são mais do cerrado, do que no bioma amazônico.

Já o desmatamento é obra de madeireiros, na sua maior parte ilegais, praticando crimes ambientais antes contidos pela fiscalização e pela indústria da multa. Com a flexibilização ou afrouxamento da fiscalização, os criminosos voltaram às suas práticas, ampliando efetivamente o desmatamento no ano de 2019.

Esses são os fatos. Já a narrativa dos fatos envolve interesses, no contexto de uma guerra de comunicações, em que o Brasil vem perdendo de goleada, tanto no campo interno, como externo.

Embora as queimadas ocorram mais no cerrado, a mídia insiste em localizar as queimadas caracterizadas como incêndios florestais na Amazônia Legal, que é uma área mais ampla, muito superior à floresta amazônica.

O grande agronegócio exportador tem pouca responsabilidade pelas queimadas, mas é responsabilizado por interesse dos concorrentes.

Essa batalha das comunicações tem reflexo em toda a economia brasileira, alcançando a vida das grandes cidades.

A trajetória da retomada do crescimento passa pela maior inserção das cadeias produtivas brasileiras nas cadeias mundiais, tendo a agropecuária como o principal motor que seria dinamizado pela industrialização dos produtos agropecuários. Essa perspectiva que melhoria o ambiente econômico, principalmente após a assinatura inicial do acordo comercial Mercosul-União Europeia, foi abortada e retardará a retomada econômica.

Os empresários que começavam a se animar a investir para se preparar para produzir e exportar mais para a União Europeia já recuaram e estão engavetando os seus planos de expansão.

 

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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