Parking News

Jorge Hori *

O usuário do metrô - também proprietário de um automóvel - é, predominantemente, um empregado, seja no setor privado (68,7%) ou estatal (7,7%), o que caracteriza o seu uso do transporte para as viagens pendulares, ou seja, casa-trabalho-casa.
Ele sai de casa (70%), vai a pé até a estação do metrô (41%) ou utiliza o ônibus urbano (17%). A parcela que chegou à estação de automóvel, de carona ou com troca do motorista, o chamado "kiss-in-ride" (ou na tradução popular: beijinho, beijinho, tchau, tchau), é quase de 10%. Apenas 8% chegaram dirigindo o seu carro e o deixou num estacionamento próximo.
Na volta, o percentual que faz o percurso final a pé é bem maior (72%), ficando a alternativa ônibus urbano (18%) muito próxima da vinda. O inverso do "kiss-in-ride" cai substancialmente (5%), o que pode ser explicado pela falta de baias para espera. Não foi registrado na pesquisa do Sindepark nenhum caso de usuário que teria deixado o seu carro num estacionamento, contradizendo a pesquisa de acesso.
A pesquisa realizada para o Sindepark pela empresa de consultoria Hora H, em novembro de 2009, junto às estações do metrô, com usuários proprietários de automóveis, mostra que 53% têm mais de dois carros, mas não os utilizam para o deslocamento diário. São pessoas de alta escolaridade, 42% com curso superior completo ou pós-graduação. O restante tem o ensino médio (completo ou incompleto). E a renda média familiar mensal é de R$ 6.090,00, equivalente na época a 13,1 salários mínimos.
Têm automóvel, mas não o utilizam, principalmente, por causa do congestionamento (60% em respostas múltiplas), preferindo o metrô porque é mais rápido (89,2%) e/ou porque há muito trânsito/congestionamento (53,8%).
São usuários constantes, metade dos quais usa mais de cinco vezes por semana esse meio de transporte, confirmando a característica da viagem pendular.
56% alegaram a preferência pelo metrô, por economia de dinheiro, sendo que 40% disseram que os estacionamentos são muito caros.
Qual seria a capacidade do metrô em retirar os carros da rua?
Uma leitura da pesquisa do Sindepark diria que reduzida, pois só alcança aqueles que estão próximos às estações do metrô (seja na ida ou na volta), com poucos casos de pessoas que chegam ao metrô de carro e o deixam num estacionamento próximo. Uma pequena parcela o faz, quando encontra vaga em via pública.
Os novos estacionamentos próximos às estações, com o E-fácil, poderão proporcionar uma pequena mudança nesse quadro.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica do Sindepark. Com mais de 40 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

Categoria: Fique por Dentro


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