No domingo, dia 17/12, fui ao Theatro Municipal para assistir a uma ópera, mas quando fomos estacionar, descobrimos que todos os estacionamentos cobram o preço abusivo de R$ 20 - o mesmo valor de um ingresso para a ópera.
Ao redor do teatro, uma legião de flanelinhas agia livremente, conduzindo motoristas desavisados para verdadeiras armadilhas. Minha irmã estacionou no local indicado por um flanelinha na Rua 24 de Maio e, ao sair do teatro, viu que o carro fora multado.
Não havia um único guarda civil metropolitano ou agentes da CET para reprimir flanelinhas e orientar motoristas, mas à saída vimos 3 viaturas da GCM, com 7 guardas, e 2 viaturas da CET.
Perguntei a um dos fiscais da CET por que eles não estavam lá no início do evento para coibir a ação dos flanelinhas, e ele disse que "flanelinhas são problema da polícia, nós só acompanhamos desde o início em caso de espetáculos grandes".
O interessante é que o espetáculo lotou o teatro. O que seria um "grande espetáculo"? Além disso, os criminosos agem em qualquer tipo de evento, grande ou pequeno! Fatos como este afastam as pessoas, que desistem de freqüentar teatros.
Ou temos de nos sujeitar ao cartel dos estacionamentos ou somos extorquidos por flanelinhas - e depois multados!
MAURÍCIO TALAIA ROSSANESE
A Polícia Militar responde:
"A atuação dos flanelinhas só configurará ação de polícia se estiver ocorrendo algum delito (extorsão, roubo, constrangimento ilegal). Se não há vítima não há delito, e o PM só pode fazer prisão em flagrante ou em cumprimento a mandado judicial. A condução coercitiva de uma pessoa ao DP só tem respaldo legal em situações em que a identificação da pessoa não seja possível ou houver dúvida sobre a autenticidade dos documentos apresentados. A pessoa que se sentir ameaçada ou intimidada deve contatar a PM pelo 190 ou acionar o policial mais próximo, registrando BO."
Fonte: O Estado de São Paulo (São Paulo), 13 de fevereiro de 2007