O diretor-superintendente do Brasmarket, Sidney Kuntz, considera que a resposta era esperada. "Várias grandes cidades do mundo restringiram o trânsito de carga no centro. No Brasil, é o caso de Curitiba. No entanto, a população só vai perceber se a medida foi realmente eficaz cerca de um mês depois de ela entrar em vigor." Para ele, é preciso estabelecer alguma forma de compensação para os caminhoneiros. Também se pesquisou alternativas, como estabelecer tarifas de pedágio menores para os caminhões que circularem após a meia-noite pelas rodovias. No total, 62,9% dos paulistanos aprovam essa proposta e 25,6% são contrários. "Não se pode só tirar, é necessário oferecer algo em troca", diz Kuntz.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga (Setcesp), Francisco Pelucio, discordou da pesquisa, mas considera positivo que se rediscuta a questão. "O que temos percebido é que não há tantos caminhões assim na região central de São Paulo que justifiquem essa medida. A população vai perceber que não mudará nada no trânsito."
Questionados se são favoráveis à mudança de um dia para dois no rodízio de veículos, 38,7% dos paulistanos disseram ser favoráveis e 50,8%, contrários. Já em relação a uma possível cobrança de pedágio nas Marginais, só 12,4% foram favoráveis e 75,3% desfavoráveis. Foram ouvidas 437 pessoas de todas as regiões e faixas socioeconômicas e a margem de erro é de 5%.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 12 de junho de 2008